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" Viva a Poesia! "

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

CORES NOVAMENTE

Depois de um curto pesadelo, numa curta noite de sono, acordo-me deitado nesse escuro quarto sobre o meu fino colchonete, não mais fino que meus lençóis. Colchonete amarelo desbotado ou bege? Não vejo absolutamente nada, só o preto. Tateando, encontro o meu prateado relógio de pulso que repousava sobre a cor creme da cerâmica empoada do piso. Pressiono o pivô designado light acendendo em vermelho os numerais do mostrador. Ainda é cedo.
Vejo agora o preto e o vermelho. Fecho os olhos e vejo preto, cinza, vermelho. Com os olhos fechados vejo objetos no teto pendurados. Não têm formas fixas, são retângulos, quadrados, triângulos, círculos... pequenos, grandes (não tão grandes), cabem nesse escuro quarto. Fecho os olhos pretos e vejo o preto, quando os abro, o preto, o cinza, o vermelho – vermelhos. Os olhos fecho e abro continuamente.
Não mais durmo, nem cochilo, sequer um curto cochilo, mas o toscanejar continua tentando enlouquecer-me. O despertador do aparelho telefônico alerta. Tateando levanto-me. Olhos fechados ou abertos, não importa. Tateando encontro o interruptor e faço pressão, luz finalmente. Confirmo a espessura do meu colchonete. Colchonete desbotado sobre a poeira do piso. Vejo as horas sem premer aquela haste metálica cilíndrica, o pivô light. Essa é a hora de voltar pra casa.

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