Majal-San (post.)

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" Viva a Poesia! "

quinta-feira, 29 de abril de 2010

MOMENT OF GLORY

A necessidade é forte,

A palavra é vã,

A súplica é insistente.


A visão alheia é forte,

O lençol branco – enigma;

A pomba é branca.


Minha teimosia é persistente.


A escuridão é opção,

A dúvida é asneira,

A divergência em mente.


A insistência alheia é forte,

O lençol branco não cobre

Nosso momento de glória.


Vossa teimosia é demente.


A pomba voa...

Boa sorte!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

OS PÓLOS



Foste para mim a almofada macia
o consolo na madrugada solitária
o agasalho na manhã fria



Foste para mim o cálice repleto
na minha sede imaginária
o meu porre incompleto


Foste para mim o abrigo necessário
na tempestade repentina
do amor ao coração o emissário


Foste para mim o alfinete oxidável
sem dó perfurador da retina
o meu carrasco previamente provocante.


ESTRANHO


Espasmo

Catarro

Esperma

Desterra

Micróbio

Um grito

Um susto

Arbusto

Esconderijo

Urina

Ácido

Mijo

Inseto

Larva

Abutre

Desvio

O tombo

A queda

Covil

Veneno

A seta

O tiro

A pedra

Estilingue

Estilete

O sangue

O resto...

Espasmo

Catarro

Um menino

Dois rastros.

terça-feira, 27 de abril de 2010

JACI

Já se vai o dia...

Líquido amarelado

com gosto de biscoito.


Já se vem o amanhã...

Líquido gelado

lembrando a cevada.


Já se vai o dia...

Agora sou um líquido

sem gosto, sem desgosto.


Já se vem o amanhã...

Agora sou o líquido.

Não estou aqui, escorri.


Já se tem o passado...

Já se tinha, sempre teve,

houve, ouve-se, vive e versa.


Já se foi o presente...

Presente que se tinha.

Presente que será passado.


Já se tem a inspiração

que se tinha, sempre houve.

Ela terá, não sei se sempre.


Já se foi o espaço

que um dia houve, ouvi.

Ouvirei, não sei se sempre.


Já se via a tarde...

outras viriam, vario.

Outras virão, verão.


Já se quis a noite...

umas findaram-se, interrompidas.

Umas interroperam-se, fingiram.


Já se servia outra tarde...

Biscoito sem gosto de cerveja.

Líquido amarelado, mas quente.


Já se servia outra noite...

Noite sem passado – a única

Noite sem presente – eunuca.


Já se área não há mais,

Já se foi o espaço,

Já se foi pro espaço.


Já se área não houver mais,

tentarei outra tarde,

esperarei outra noite.


Já se área não haverá mais,

esperarei outro presente

e presente o líquido tomarei.

Ianê de "Falo"



















Intimamente chegará a madrugada,
Atravessaram-se várias, - um ano e cinco meses.
Não falas, imaginas, falas falo!
Ênfase nos verbos ou no substantivo: falo.

MARTELO

Quando esse copo cair

serei seus cacos.


Se essa granada explodir

serei seus estilhaços.


Cortes rasos, sangrentos,

serei eu – terei.


Perfurações profundas,

terei eu – esperei.


Quando esse pássaro voar

serei suas asas.


Se o estilingue disparar

serás a pedra.


Tesouras cruéis, ação,

terei a queda, o pássaro.


Colisão brusca, assassina,

terá o pássaro – então a queda.


Quando esse copo amassado

serei o barulho.


Se essa granada atingir

serei seu barulho.


Cortes, riscos, explosões,

serei o barulho.


Perfurações profundas,

terei eu tímpanos explodidos.


Quando essas asas baterem

serei o barulho.


Se a pedra atingir

farei o barulho.


Os cortes, os riscos, as explosões,

provocarás tu o barulho.


Colisão brusca, morte,

terei eu o silêncio.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

TEU RISO, TUA MENTE

Teu riso mente

Tua mente é mistério


Meus olhos explicitam

Teus olhos camuflam

A realidade rubra

Que incomoda a terceiros


Teu riso mente

Tua mente é mistério


Minhas mãos tremem

Tuas mãos fazem falta

À fantasia pálida

Que incomoda a terceiros


Teu riso mente

Tua mente é mistério


Meu peito esquerdo amplo

Teu peito, teus seios

Fazem falta aos meus toques

E isso me incomoda.

REPÚDIO

Risos sem sentidos e ébrios

Deixam-me confuso e ansioso

Para através de catapulta me lançar

Por uma janela entreaberta.


E a janela que me mostra nitidamente

Luzes distantes, e incandescentes,

Deixa-me também no ritmo ébrio

Colocando meu coração em oferta.


Porém minha oferenda não agrada

Aos risonhos tontos, nem a ti,

Então, tenho que mantê-lo no peito.


Com meu coração prisioneiro à esquerda,

Lanço-me da catapulta à direita

Quebrando todas as luzes sem jeito.

SILÊNCIO ESTRIDENTE


Tomar amor a... diz Fernandes

Tomar? Amor? Em? Com? Tomar... Amor... Ah!!!


Tomara! Amora, Ah! Na? Exclama Ana

Aroma! Amara, Na, Ha-Ha-Ha!!! Caladriana...


Cala a Fala... mas Não Cala, Cora, mas Encara.

“Mil”... Vezes... Mais Vezes... Meu Amigo, “Tom"!


O Som Ecoa... O Som é com a Voz... em Coma o Silêncio.

A Voz Feroz-Veloz-Atroz... Bem suave – o GRITO toma.

( Majal-San & Adriana B. da Costa)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ABUSO

Numa sociedade perturbada financeira e politicamente, com múltiplos costumes e comportamentos, surgem repentinamente problemas muito graves e de difícil controle. Esses problemas são o desrespeito familiar, o desrespeito social, a falta de ética e principalmente o abuso a crianças, adolescentes e jovens. Pais estuprando, prostituindo inocentes seres humanos que não pediram para surgir sob as tais mãos. Mãos que deveriam proteger, cometem danos irreparáveis.
A base sustentável da nação é educação, informação e consequentemente dignidade vital. A ausência de pontos como esses citados pode levar o ser humano a praticar repudiantes atos. À busca do capital fácil, um indivíduo que se diz pai, por exemplo, pode alugar o corpo da sua cria. À procura de falso sossego, uma pessoa que se diz genitora pode conduzir seu ente à leviandade.
Um necessário robustecimento do intelecto, quando se trata de ser benevolente, torna-se quase impossível. O homem atual é bastante frívolo, materialista e libidinoso. A palavra compassividade não faz parte do seu vocábulo. O amor ao próximo é inativo e ele torna-se de súbito agressivo, sendo capaz de abusar ou conduzir a isso, pessoas que encontram-se inermes, pessoas desprotegidas.
Portanto, a nação mais do que nunca necessita de educação, respeitabilidade, atenção e moralidade. A família tem que se conscientizar da fragilidade possível do próximo e dos erros cometidos. A sexualidade, por exemplo, não está aí para ser rompida bruscamente, agredida e vendida como uma mercadoria. A consciência de cada um deve discernir o certo do errado, o bem do mal. A sociedade que encontra-se perdida no tempo, no espaço e no conceito deve tentar ser racional.

MULHER


Mergulhar no seu pensamento...
Uma tarefa muito trabalhosa,
Limites inalcançáveis, sem objeção.
Honra é poetizar o seu momento...
Erros, acertos, porém, sempre maravilhosa,
Rumores incertos, decisões sem hesitação.


Mergulhar no seu sentimento...
Uma outra tarefa indecifrável,
Loucos momentos, atropelos, enfim.
Heterogênea, falar dela eu tento...
E essa poesia é incompleta, inefável,
Reluto, insisto, escritas sem fim.

O ESCOLHO

Entre os meus dedos
Entre essas linhas
Entra a poesia



Sobre o papel
Sobre meu sentimento
Sobre os meus ombros
Sob teu julgamento
O meu simplório dia



Entre os meus dedos
Entre essas linhas
Entra a agonia



Sob o tapete
Sob a poeira
Sob os meus pés
Sobre tua maneira
A alegre rebeldia



Entre os meus lábios
Entre os teus lábios
Essa distância fria.

(Me esqueça) Segundo o Aurélio (Me esqueço)

Verbo transitivo direto:
Esquecer.
Mesmo que não lembre,
Lembrar de esquecer!
Deixar sair da memória!


Verbo transitivo direto:
Deixar.
Mesmo que não leve,
Levar pra esquecer
Que naquele momento errou.


Verbo transitivo direto:
Errar.
Mesmo que não acerte,
Deixe que saia da memória.


Sair, sair, sair, sair...
Verbo transitivo-circunstancial.


Partir, partir, partir, partir...
Despreocupados com as circunstâncias
Vão transitando por aí,
Tentando apagar de súbito
No trânsito da memória
um nome.

DESCONHECIDO

Não imaginas quantas palavras
foram direcionadas a ti.


Tu não sabes quantos versos
ganharam rimas por ti.


Não conheces as estâncias
formadoras dos poemas em mim.

DOR

Uma dor me invade!
Quase que física
Corta-me essa dor.
Penetra minha mente,
Dilacera meus sentimentos,
Alastra-se pelos meus pensamentos
Trazendo lágrimas mornas
Às minhas pálpebras frias.


Uma dor me invade!
Quase insuportável
Devora-me essa dor,
Devora-me lentamente!
Quase que influente
Aos meus súbitos atos.
Invade-me uma dor cortante,
Modificando os meus hábitos.


Uma dor me invade!
Corta-me, devora-me;
Quase que física,
Quase insuportável;
Invade-me essa dor!
Dor cortante se alastra
Pelos meus pensamentos
E dilacera-os bem lentamente.

DESENCANTO

Parou. Pirei.
O tempo não espera,
Meus braços te aguardam,
Mas o relógio desespera.


Fingiu. Fugi.
O espaço não ocupas,
Meus gestos me condenam
E eu terei a culpa.


Piraste. Parei.
À espera do tempo certo.
Abraços tão desejados.
Fugiste. Fingi.
A ocupação do espaço certo.
Atos indigestos, condenados.


Pare! Eu piro.
O tempo – não.
Os braços – sim.


Finja! Eu fujo.
O relógio – sim.
O espaço – não.

O CONHECIMENTO

Conhecer é de certa forma reconstruir a realidade.
Conhecer é apenas olhar, ver e observar? Focalizar certo gesto, uma ação, é admitir a probabilidade de conhecimento? A construção de fato é o conhecido, o óbvio?
Não basta olhar, ver ou observar para afirmar ser dono do conhecimento. O ser humano depara-se constantemente com inúmeras verdades e nenhuma delas é absoluta. É preciso questionar, opinar, pesquisar, argumentar e, quem sabe, aproximar-se da “realidade”.
Uma cena ao passar de frente dos seus olhos pode ter um significado totalmente antônimo aos olhos de outros. Diante dos seus olhos pode estar o provável conhecimento, mas também a maior incógnita. A construção pode ser ignorada quando até pareça ser íntima, pode ser obscura quando até pareça ser clara, transparente.
De certa forma a reconstrução da realidade aproxima-se com mais ênfase de conhecimento. Essa reconstrução é o questionamento, é o retoque, é a observação na minunciosidade, é a pesquisa de fato. Para reconstruir é preciso conhecer.

terça-feira, 20 de abril de 2010

DISTÂNCIA


A saudade bate,

Não te procuro.


A saudade fere,

Não me preocupo.


A tua falta sinto,

Não te mereço.


A tua falta mata,

Não te preocupas.


A saudade invade

Todo o meu peito,


A saudade me mostra

A tua importância,


A tua falta cria

Uma nova poesia,


A tua falta gira

Minha cabeça vadia.


A saudade emudece

O louco que já chorou,


A saudade enlouquece

O mudo que eu já sou.


A tua falta me mostra

O sorriso que já sumiu,


Pois não mostra o tornar

Do poeta que já partiu.

BELA IMAGEM SOLAR

És os raios que caem nos ombros,

És a cor avermelhada na pele,

És a luz, o sol, o bronzeado...

És beleza inenarrável.


E de repente...


És bolhas conseqüentes na pele,

Estouradas és feridas incertas,

A cor não tão real se descasca,

És a luz, o sol, a doença...

És imagem de momentos.