Majal-San (post.)

Visualização de número:

Encontre / Find

" Viva a Poesia! "

domingo, 2 de dezembro de 2012

Prenda


Sem a preocupação que não me atendas,

Às vezes escorrego na tua fenda.

A respiração se ausenta – sobrevivo,

Mas aquele inesperado ato é reflexivo.

 

Sem a preocupação que assim me prendas,

No coração, na mente a poesia – minha prenda.

A respiração me abandona – resisto,

Porém, insano, com meus loucos atos insisto.

 

Numa curta gestação minha poesia paro...

Paro e disparo versos imperfeitos, tu paras!

Composições incompletas para ti.

 

Viajando com as palavras madrugadas varo...

Em pesadelos acordados tenho várias caras!

E sem que te ofenda, uma única (face) é para ti.

 

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Amigos

Estou voltando para rever os amigos
Com o peito repleto de saudades,
Reviver rápidos momentos inesquecíveis,
Horas nostálgicas entre beldades.
 
Retorno para concluir poesias inacabadas
De versos tortos de várias madrugadas,
Com afã, desta vez sem pálpebras alagadas,
Estou voltando para matar saudades.
 
Outra vez, amalucado, invadirei vossas mentes.
Amigos meus, não vos esqueço jamais,
Nesse meu peito há um espaço infinito...
 
Minha insana inspiração saúda os amigos,
E derrama-se no papel em símbolo de paz,
Para falar de amor e de tudo que é bonito.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Minha Máxima Culpa



Labirinto carrasco de minhas pernas
Interjeições dos “ais” e dos “ahs” que puxam
Nefastas palavras presas em vossa mente
Danificai as correntes do teu pensar
Agora que tudo parece ausente.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dissimular






Fingir que não te vejo
É para mim bastante difícil
Fingir que estou fingindo
É para mim muito cruel

Dizer que não te quero
É para nós só fingimento
Dizer que não te falo
É para nós apenas surdez

Calar diante de ti
É para mim muito triste
Calar diante de todos
É para mim inexplicável

Fingir o que eu digo
É para nós constrangedor
Dizer o porquê do meu calar
É para mim impossível.
 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Via




Ele via ao lado:
            vultos calados
            ou silenciados
            vultos afastados
            distanciados

Ele estressado
            irritado
            chateado
            cansado
            revoltado

E do outro lado outros lados
            vultos sentenciados
            ou injustiçados
            outros massacrados
            ou estropiados

Ele via ao lado:
            sentimento violado
            o mistério interpretado
            mais um vulto desolado
            inimigos lado a lado

Ele estressado
            recusado
            trancafiado
            abandonado
            injuriado

E do outro lado outros lados
            vultos incorporados
            outros disfarçados
            alguns inventados
            ou por ele desejados

Ele via ao lado:
            no espelho
os seus olhos vedados
            no caminho
os seus pés machucados
            na mente alheia
inúteis versos rimados.
                       
            

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

BEM



Amarre bem os seus sapatos.
Eu pisarei o seu cadarço,
Tropeçaremos – ouvirão o estouro.

Vasculhe bem esse capacho,
Deitaremos nesse espaço.
Procuraremos o tal tesouro.

Esqueçamos os tais sapatos!
Desatemos nossos cadarços!
Não cobrarão um tal cabaço.

                            

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vinte Minutos



                   Terça-feira. 4h20min. Acordo. Teria eu mais vinte preciosos minutos de sono, ou, de cochilo. Os restos dos galos, frangos, alguns galináceos cantam, cacarejam nos quintais vizinhos. Eu teria mais vinte minutos preciosos para descansar minha carcaça. Meu garoto mais novo, acordo com o seu choro. Deveríamos entrar em acordo noite passada: não me acorde vinte minutos antes. Ainda com os olhos pregados saio da cama, no tato – as sandálias. Vou ao banheiro. No tato – a escova dental. Água na cara, quase desperto. Lembro que hoje terei novamente outros garotos, não são meus de fato, às vezes parecem ser. A preocupação, ou preocupações invadirão novamente minha mente. Não deveria ter. Não deveria ter tais preocupações? Às vezes as tenho – fato.
                   100 km. São aproximadamente cem quilômetros que me separam da minha dor de cabeça. Em alguns instantes estarei lá. Ela (minha dor de cabeça) já se encontra aqui. Aqueles galos não estarão lá. O choro do meu garoto mais novo não estará lá. E lá, não gastarei vinte minutos no banheiro.
                   O transporte chega. Pouco espaço. Mínimo espaço para as minhas longas pernas. Conversas longas. Assunto chato aos meus ouvidos. Silêncio irritante – insatisfação. Na mente uma prece cuidadosa: que seja uma viagem tranquila. Mente incrédula, medo constante. Ao iniciar a viagem vem um desejo de que apenas vinte minutos, no máximo, seja a duração dessa jornada – impossível. Os diálogos sobre a última rodada do campeonato de futebol, o monólogo de um senhor quase centenário (passageiro assíduo), e as “músicas” que tocam nesse transporte fazem parecer que esse percurso é de vinte horas.
                        Finalmente chegamos! Depois de uma hora e vinte minutos.
                  Meus garotos me aguardam. Alguns eu desejaria que não estivessem à minha espera. Espera inútil. Pegarei agora minhas ferramentas (a maioria trago em minha mente). Entrarei agora no meu local de trabalho. Meu ofício não levará apenas vinte minutos.


                                                                           
                                                                  

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mrs. Darkness (tiquetaques constantes)



Meus escuros momentos trazeM
Assombrações eróticas na madrugadA
Rumores atravessam suspiros de amoR
Infelizmente tu és o fim do meu álibI
Aguento mudo e surdo estridente a palavrA

Corro, paro, corro, caio ao tic taC
Lamentável desse relógio insuportáveL
Alavanco gestos insignificantes de raivA
Rotineira outra madrugada a me atormentaR
Assombração, solidão e a surda palavrA.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ENSAIO

         

         Assim que os ponteiros se encontraram, naquele final de noite, Manoel saía de casa (era um renomado padeiro) com destino ao seu trabalho. Um longo caminho escuro, estreito e perigoso ele tinha que percorrer. Entre transeuntes madrugadores, algazarra de pandilheiros, Manoel tinha que caminhar. Ao chegar em frente da panificação de paredes amareladas (um prédio sombrio), retira do seu bolso um molho de chaves e abre a porta. Ele entra e coloca um avental branco, quase branco. Os ingredientes são escolhidos e postos à mesa (amido, farinha, sal, fermento, etc.), a labuta dá-se início. Num certo momento Manoel está espalhando a massa já preparada. Mexe, mistura, mexe e mistura. E nada de chegar ao ponto a massa da qual sairia os pães da manhã que se iniciava. E tenta. Mexe a massa, mistura, adiciona açúcar, água, sal, e parece que tudo está contra Manoel. Parece ter vida aquela massa rebelde que não atende os desejos do padeiro, o padeiro que queria finalizar o seu trabalho, ou melhor, iniciar a sua obra.
         Cinco horas da manhã, terça-feira. Decepcionado, Manoel não conseguiu fazer os pães, os bolos, sequer um biscoito. O que teria acontecido com a massa indomável? Os assíduos fregueses esperavam inutilmente à porta da panificação. A porta continuou fechada, a causa, a falta da principal mercadoria matinal, o melhor pão da cidade. Nesse dia não houve expediente na mais conceituada e movimentada panificação.
         Tarde eufórica no outro lado da cidade. Jaime, sua equipe de jogadores de futebol e todos os torcedores daquele clube vibram interminavelmente. Desmedida é a confiança de que o melhor time do campeonato será campeão. Invicto, com o artilheiro da liga profissional, com grande destaque desde o início da competição, esse time tinha que ser consagrado campeão. Então, durante o último treino coletivo, o treinador, convicto, seleciona os seus melhores atletas. "Os onze principais" são escalados para o jogo da decisão.
         O time adversário chega à decisão como “zebra” (termo futebolístico), esse é mais um motivo da certeza da vitória rondar a mente dos componentes do clube dirigido por Jaime. Os cronistas esportivos já deixavam estampadas nas colunas dos jornais matérias enfatizando a certa conquista da equipe de Jaime. A torcida agitada e confiante grita:
         -É CAMPEÃO! É CAMPEÃO!
         A equipe inimiga, visitante e inferior é a primeira a entrar em campo, como já era de se esperar, sob som irritante de vaias. O árbitro dá início à partida.
         Aos primeiros dez minutos de jogo o placar já mostrava 3 x 0 para o time visitante, aquele time tido como “zebra”. A equipe invicta da competição, os jogadores considerados os melhores já amargavam o temor da primeira derrota e o risco da perda do título tão almejado no decorrer do campeonato.
         Os jogadores que prometiam espetáculo terminam o primeiro tempo sob pressão, cobrança e protestos dos seus torcedores. O que teria acontecido com os melhores atletas de Jaime? O que teria acontecido com aquela excelente equipe de jogos anteriores? Por que todos os seus jogadores não pareciam os mesmos? O treinador tenta, mexe no seu time. Reinicia-se o jogo. Segundo tempo.
         Os quarenta e cinco minutos finais passaram-se como um raio. Porém, a equipe visitante teve tempo suficiente para colocar mais seis gols no time favorito. Incrível! 9 x 0, esse foi o placar daquela tarde terrível. Final de campeonato. Jaime, o melhor treinador da região, deixou escapar aquele título tão cobiçado. Algo era desnorteante na mente, nas pernas, nos pés e nas mãos daqueles considerados os melhores da competição. As manchetes dos jornais do dia seguinte, com certeza, iriam ratificar o que foi visto naquela tarde decepcionante,  – time incompetente!
         Chega a noite. Vizinha àquela triste sede de futebol e de revolta localiza-se a escola principal da cidade. Mais uma noite de aula ali aconteceria.
         Na manhã anterior entrando pela tarde de chuva miúda, Valter, o professor de Matemática, havia planejado sua aula e avaliação do término de bimestre. Sua expectativa era a melhor possível. Afinal, ele tinha esperança de que seus alunos, por mais agitados e displicentes que fossem, em suas mentes trouxessem objetivos como o professor Valter também trazia. Ele esperava que aquela noite fosse a sua noite, a noite de seus alunos, a melhor noite, a grande aula.
         Tenta entrar na sala, consegue. Passeia seus olhos ansiosos e cansados pelos quatro cantos da sala. De um mandrião a outro fita um aluno aplicado. Via-se que mais da metade do seu alunado vivia na ociosidade da adolescência desinteressada. Uma advertência aqui, um pedido de silêncio ali, um “por favor”... e o tempo a passar.
         Quinze, vinte minutos passando subitamente diante de si. Faz-se silêncio por alguns minutos, o professor expõe à turma exemplos de vida não tão distantes deles. O passado, o presente, o futuro... de repente um grito no fundo da sala (João jogava um livro de Literatura na cara de Miguel). Miguel que gostava dos cavaleiros medievais, empunhava um pedaço de metal que um dia teria sido uma perna de cadeira (tantas quebradas). Aquele pedaço de metal para o pequeno Miguel era agora um espadim. Tenta-se apaziguar a situação. Cinquenta minutos foram-se. A aula que Valter daria, também se foi. A campainha toca.
         Nas principais pinacotecas suas obras já foram expostas. Raras belezas já surgiram nas telas por ele trabalhadas.
         Contudo, naquela tarde que se mostrava inspiradora, de frente com o cavalete, encontrava-se Pedrinho, sem condições de pincelar suas telas. As substâncias corantes estranhas tornavam-se. No vazio da moldura não havia guache nem nanquim, goma alguma matizaria a tela do pintor. Não havia aquarela. A paisagem, a natureza, as aves e as árvores aos seus olhos eram sem cor, sem vida, quase que invisíveis. Com o pincel entre os dedos, Pedrinho recolhe o cavalete, a tela, recolhe tudo e faz parte da natureza.
         Alguns ligeiros anos depois se encontram todas as tardes na pracinha central do hospício daquela cidade quatro senhores silenciosos. Cada qual menciona apenas uma frase todas as tardes enquanto folheiam o jornal diário:
         -Tentei ser padeiro!
         Não sabia ele de quando era o jornal que folheava.
         -Tentei ser treinador de futebol!
         Não sabia ele se aquele jornal era em cores ou preto e branco.
         -Tentei ser professor!
         Não sabia ele que alguns dos seus clientes também se encontravam naquele lugar.
         -Tentei ser pintor!
         Não sabia ele que sempre foi cego e nunca foi mentalmente são.
         Aquele jornal noticiava que um grande pintor surgia ao público. Mostrava uma tela que mostrava um pintor pintando quatro amigos sentados em poltronas perfiladas observando um filme em outra tela. Um filme sobre um professor cego que exercia a função de auxiliar técnico em um time de várzea, fraco, fraquíssimo, horrível. Porém, havia uma torcida imensa. Torcedores ignorantes, todos famintos, ou quase, eles traziam pedaços de péssimos pães duros. Eles gritam a uma só voz:
         -Tentamos ser agitadores!
         Não sabiam eles que o jogo havia chegado ao fim.



                                                                           

MINHA ESTRELA

O tempo não espera nossas decisões
E passa tão rápido enquanto discutimos.
A realidade é que no fundo
O meu desejo é estar ao teu lado,
Sempre contigo, sempre te amando...
Quando nos encontramos,
A cada beijo apaixonado;
Durante um olhar crítico;
A lágrima na tua ausência;
O sorriso no teu retorno;
Sempre contigo, sempre te amando...
Quando em silêncio ouvimos uma canção,
A cada verso meu, ou alheio;
Durante o declamar de um poema;
A lágrima sob um céu estrelado;
E a principal estrela está ausente.
Tu és essa minha eterna estrela.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

OBSOLETO


Minha carne é louca
Minha loucura é livre
Minha liberdade é simples
Minha simplicidade é provincial

Minha província está podre
Minha podridão está finita
Minha efemeridade está massacrando

Nosso massacre é poder entender
Minha loucura que era carne
Apodreceu na província da minha mente.

         

quarta-feira, 30 de maio de 2012

PRA QUE MENTIR?


Olho tanta gente ultimamente!
Ultimamente, não vejo ninguém.
Ouço tanta coisa atualmente!
Atualmente, não escuto nada.
Eu falei tanto hoje!
Hoje, eu não disse nada.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

HEXAEDRO



Do nada, hoje, aqui trancado nesse quarto branco,
eu chorei.
Do nada não, do tudo!
Hoje, do quase tudo, aqui solto dentro desse quarto pálido,
cinza eu chorei.
Mas, quem nunca tropeçou?
No quase nada, hoje, aqui trancado nesses pensamentos soltos,
cinza, eu chorei.
Mas, quem nunca errou que jogue a primeira banda de tijolo!
Ou um paralelepípedo! Ou se jogue!
Ou Porra Nenhuma...




quarta-feira, 16 de maio de 2012

SAUDADES DE VOCÊ

Longe dos teus olhos,
Os meus olhos imploram
Uma imagem súbita, querida.
Risos não constantes, ou eternos,
Desde que sejam por toda vida.
E então serei feliz nesse momento 
Sem a preocupação com contratempos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

MEU CORAÇÃO


Espera aí! eu vou ali trancar a porta.
Ninguém mais entrará aqui.
Espera aí! eu vou lá fora, vou tirá-lo da lama.
Aguarde, eu vou lá embaixo, fecharei tudo.
Ninguém mais aqui vai subir.
Aguarde! acho que alguém lá dentro me chama...

Solícito grito – evacuarás, darás espaço
Explosivos sussurros – abandonarás, partirás, espaço
Incômodo silêncio – desocuparás, vai! passo a passo
Implícito olhar – cegarei, tu vês que apenas passo.


sexta-feira, 23 de março de 2012

Entre A Noite E A Madrugada Saio Eu



Meus olhos ao relógio
Relógio à distância de mim
De mim levaste meus olhos
Dos olhos não lavaste as lágrimas
Os ponteiros tão distantes da noite
A noite tão distante de ti
De ti trago lembranças remotas
E remonto minhas peças
E rejunto meus caquinhos
Não refaço meu restinho.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

RUBRIFLORO

A saída à esquerda esqueci.
À direita, meus direitos derreti.
A flor vermelha “rubrificou” meus olhos,
O meu olhar avermelhou tua face,
A vergonha envelheceu e caducou nos atos,
Essa vergonha morreu e ressurgiu o fato...
Fato...
Na espreita, à esquerda, na saída.
A direita os meus direitos derreteu.
A flor encarnada na carne murchou.
A tua face os meus olhos cegou.
E a vergonha caduca esquecida...
E a vergonha morta ressurgida...
...é fato.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Soneteando

Eu sou o teu trovador,
Com sensação de plenitude
Garbosamente falo de amor,
A relíquia é essa atitude.

Suntuosamente a poesia é acesa,
Declaro o que sinto sem temor.
Sem dúvidas tu és minha princesa,
E eu teu simples trovador.

Úmida, beijo-te como beija uma rosa,
Como a rainha das flores te considero;
Sem pretexto és minha jóia preciosa.

Como o meu prêmio tão cobiçado
Ansioso e inspirado eu te espero,
Para feliz permanecer ao teu lado.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

LOGO ALI

Na próxima curva
vou derrapar
No próximo encontro
vou discordar

O próximo suco
vou estragar
A graviola
não vou degustar

A curva vai fechar
O encontro cancelar
O suco derramar
A graviola... a graviola...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

INSÔNIA

Quando os olhos já não estão presentes...

Não vêem,
Não lacrimejam,
Não se avermelham,
Não...

Não inspiram,
Não vêem meus poemas,
Não molham meu papel,
Não...

Quando os olhos já não estão presentes
Eu posso fechar os meus.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Alegnasor asor

Realmente eu estava cego!
O óbvio passeava
Sobriamente à minha frente.
As palavras desapareceram,
Não conseguíamos perceber
Grandes atrações de imediato.
Então, nada melhor que o tempo,
Lá se foi o tempo...
Agora percebo que estou apaixonado.

Reencontrei teu silêncio...
O meu vozeirão comenta poesia.
Simples e naturalmente
A tua declamação me emociona.

                            (Majal-San)
                            25  04  1991

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Imprevisão... é do que preciso

Aqui quase tudo acontece...
A porca torce o rabo,
Alguns dão nó em pingos d’água,
Aqui chove canivetes,
Alguém me espera onde o vento faz a curva...

Hoje eu não vou!
Nada aconteceu...

Hoje eu não vou!
Não tem toucinho...

Hoje eu não vou!
Não há nuvens carregadas...

Hoje eu ficarei aqui!
Não há, nem haverá esquinas.

QUEBRA-SE O SILÊNCIO


Veio hoje cortante uma avassaladora lembrança,
Pela casa vazia e sombria estendeu-se o eco...
Um eco tristonho de súbitos e constantes soluços.


domingo, 22 de janeiro de 2012

Amnésia



Antes da forca
   lembro de ti
Antes do projétil
   penso em ti
Antes da guilhotina
   eu te vejo em meus sonhos
Antes da injeção letal
   eu te sinto em meus pesadelos
Antes do salto do décimo quarto andar
   lembro teu cheiro – a flor
Antes do coma alcoólico
   lembro tua temperatura
   − mãos, pele, língua, seio, genitália...
Antes da cabeça nos trilhos
   eu te vejo em meus velhos poemas
Antes do veneno no palato
   eu te sinto em minhas ausentes rimas

Antes do assento eletrificado
Antes da sentença
Antes da execução
Antes, muito antes, eu te esqueço
   e sobrevivo.

 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Distância Próxima

Minha mente - o inferno,
Tua lembrança - a chama,
Teu cheiro o tesão eterno,
Minhas vestes brancas na lama.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CÍRCULOS


Ar, vida, pulmão,
Amor, lida, paixão,
Par, vida, coração,
Lar, ferida, tesão,
Mar, vida, ação,
Ardor, ida, lição.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Turbilhão



Lá fora a lâmpada tenta iluminar,
Acende, acende-se e se apaga.
Aqui dentro essa chama teima em queimar,
Ascende, ascende-se e se alarga.

E de repente um turbilhão
   que não quebra a lâmpada,
   que não apaga a chama,
   que não molha meus pobres versos,
   que não derruba nem estreita
   o que tanto queima e prolonga...