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" Viva a Poesia! "

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

REDONDA FATALIDADE


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Aos olhos o presente,
À mente o amanhã.
Aos olhos o desprezo,
À mente, o destino mente.

         De quando em vez
         Aos pés a bola sente,
         Às mãos a esmola,
         Mente o destino à mente.

O seu mundo, essa bola,
Chutam constantemente.
Ele pensa que vive agora,
O destino, à mente mente.

         Giram promessas tantas!
         É um giro indecente,
         No seu mundo esquecido
         À mente, o destino mente.

                  

MÃO ÚNICA


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Loucura e emoção
Locomoção
Um louco
Outro louco em ação

Em mente a lente
Que possibilita a visão
Da via que sob nossos pés
Desvia esse sentimento vão

Dois loucos eles são
Mas aqui há poucos sãos
Distância não há mais
A via que havia era curta demais

Por isso loucura é normal
Emoção anormal – locomoção
Os mesmos loucos em ação
Nesse insano silêncio matinal.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

UM MINUTO SEM VOCÊ

Levei meus olhos úmidos ao firmamento,
Os quais procuravam por ti.
Umedecido, assim era meu semblante,
Réplica de um dilúvio no universo facial.
De modo algum eu te encontrava.
Então violentei meu subconsciente
Saindo impreterivelmente desse pesadelo.

ENIGMA

Anoitece...
No centro de alguma cidade,
Numa rua deserta surge um vulto,
Dois vultos, três vultos,
E esses vultos vêm em passos lentos.
Quando eles se aproximam
Observo que esses vultos
Trazem outros vultos,
Eles reviram as latas de lixo.
São aqueles que a sociedade
Despreza, marginaliza.
São os mendigos – maltrapilhos.
Trazem consigo o desespero,
A fome, a desilusão,
O hálito da morte.
Eles se abrigam nas marquises
Das mansões dos magnatas,
Aqueles que os repudiam.
Vejo a noite passar,
E com ela o vento frio.
E eu com esperança de te ver
Aparecer no início da rua...
O céu começa a clarear,
O dia começa a nascer.
Levanto da calçada e tropeço
Numa garrafa de uísque,
Eu estava bebendo – estou bêbado.
Antes de abrir uma porta vejo um carro.
Outra vez penso em ti...
Vejo o carro do serviço público
Recolhendo os corpos dos vultos
Que eu vi na noite anterior,
Então me aproximo,
Abro a porta e ali eu te vejo...
De repente acordei.