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" Viva a Poesia! "

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pretérito Imperfeito do Indicativo


Quando dizias que me amavas,

Quando clamavas pra eu não partir,

Quando imploravas para fugirmos,

Quando insistias o meu sorrir...


Quando eu sabia que me esperavas,

Quando era óbvio o ir e vir,

Quando tudo incitava-nos a mentirmos,

Quando o correto seria desistir...


Teimosos insistíamos, irritávamos.

Impiedosos condenavam, sofríamos.

Invejosos julgavam – condenados!


Teimosos insistíamos, explodíamos.

Impiedosos condenavam, resistíamos.

Invejosos julgavam – desgraçados!

PUTREFATO TÍMPANO



Música: coisa bela.

Na madrugada de Caetano,
No saudosismo de Elis,
Na poesia de Chico ou Gil.

Longe do modismo, - descartável engano,
Longe do suingue imoral que eu não quis,
Longe desse ritmo comercial tão vil.

Música: coisa bela.

Vinicius e Toquinho na madrugada,
Gonzaguinha e o saudosismo,
A poesia de Milton Nascimento.

Longe da zoada estereotipada,
Longe do transitório sucesso, - modismo,
Perto do verdadeiro sentimento.

Música verdadeira: coisa bela.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Felizabsurdolouco

Eu corro sou louco
Eu louco socorro
Eu grito sou doido
Eu doido só grito
Eu grito de dor
De dor só grito
Feliz, sou surdo
Sou livre, absurdo!

B R E U



Aos meus olhos não mais estão...
O turvo ronda-me, escuridão.
Qual o refúgio dos pássaros? (maioria)
Onde estão os teus olhos? (agonia)

Aos teus olhos a direção.
As curvas cercam-te, excitação,
Era o óbvio quando eu te via
Mas faltam os pássaros e harmonia.

As minhas asas renascerão,
Tu lembrarás o que eu sentia.
Outros pássaros ressurgirão,
Pois nascerá um novo dia.

Mas será tarde desde então,
Serei um pássaro sem harmonia,
Porque atrasaste na contramão
Interrompendo a melodia.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PRÓXIMO PASSADO


Quando te escondes

Apareces a todo instante,

Quando te fechas

Minha ferida abre cortante.


As cores de tuas palavras

Em silêncio me tortura,

Distantes nos esbarramos

Em tristes manhãs – secura.


Na mudez de nossa poesia

O destino cruel é carrasco,

Versos insistentes – Amor.


Versos ausentes de alegria,

O destino previsto é fiasco

Na teimosia do nosso rigor.

GRAVIOLA


Coração

Carrasco

Canção

Cansaço


Corsa

Caça

Coice

Canto


Caneta

Cravo

Cuidado

Canela


Corvo

Cara

Câncer

Fim...

ALGUNS MESES - SUBSTANTIVOS


Linha Línguas Lembranças
Número Tradução Sonhos
Fala Adultério Poesia


Letras Lábios Loucuras
Mesa Colisão Faltas
Sala Mistério Agonia


Lixo Lucidez Lascívia
Nomes Excitação Fotos
Folha Verdade Tentação


Luas Lágrimas Lacuna
Versos Sentimento Omissão
Folha Verdade Tentação


Atenção Campainha Encontros
Chamadas Crédito Manhãs
Recado Insistência Ansiedade


Emoção Saudades Tesão
Mensagens Distância Tensão
Pecado Resistência Maturidade


Rosas Procura Paradoxo
Cacau Toques Revolta
Chocolate Desejos Ingenuidade


Rimas Noites Despedida
Portão Madrugadas Pranto
Chocolate Desejos Ingenuidade

Contraste.

A GATA


Ela não tinha nome.
Comportava-se pacientemente
Ao barulho da faca na pedra de amolar,
Eu nunca falei da sua habilidade.
Assassinaram a pobre e magra felina.
Crueldade!

Hoje não posso escrever, meditar...
Pois o barulho dos ratos nas panelas,
No saco de lixo, nos papéis amassados,
Esse barulho chega a me incomodar.
Parece que os roedores estão arrastando o fogão.
Maldade!

Que saudade da magra felina!
Hoje a casa é quartel general
Para um exército de camundongos e baratas.
Assassinaram a magra e eficiente felina.
Eliminaram a habilidosa e magra felina.
Total crueldade!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

C A P R I C H O


Seus olhos redondos, ansiosos, brilhantes mudavam de direção constantemente. Esses olhos procuravam outros olhos, que não encontravam-se ali, entre outros tantos olhos curiosos, frígidos, indecisos, perdidos.

Seus cabelos negros, vivos, sedosos resvalavam sobre seus ombros. Aquela menina não escondia, não conseguia esconder, não tentava esconder a sua aflição pela presença de alguém especial. Não sabia em que local procurar. À esquerda, à direita, à frente, à retaguarda. Nada. Ninguém. Ou melhor, todos. Menos aquele que apenas encontrava-se em sua mente – dona de imaginação fértil. A quimera a possuía. Ela não possuía nem os traços inspiradores daquele ser residente em sua mente. A ânsia a possuía. Ela não mantinha nem as lembranças remotas do olhar súbito daquele ser residente em sua retina.

Seus lábios brilhantes, naturais, vermelhos, artificiais apertavam-se um no outro incoercíveis, indescritíveis, desejosos e enlouquecedores. Aquela boca não aguardava. Sim, aquela boca desejava a outra boca, que não encontrava-se ali, entre tantas bocas falantes, caladas, ansiosas, cheias, vazias.

Suas mãos pequenas, inquietas desejavam tocar outras mãos, que não encontravam-se ali, entre tantas mãos aflitas, quietas, suadas, quentes, frias, indecisas, perdidas.

Suas pernas... desejavam enroscar outras pernas que não encontravam-se ali entre tantas.

Seu ventre fervia. Desejos. Desejos.

De repente seus olhos fixam-se. Seus cabelos não balançam mais. Seus lábios empalidecem. Suas mãos imobilizam-se. Sua mente – imaginação – estaciona.

Ela encontra aquele ser tão desejado. Ele a quer. Ela diz não.

PENSO EM TI


Penso em ti, minha pequena...

Quando bela a poesia sorrir,

Quando nítido nasce o amor,

Minha pequena, penso em ti.


Penso em ti, minha menina...

Quando uma lágrima está por vir,

Quando a saudade vem com vigor,

Minha menina, penso em ti.


Penso em ti de tal modo

Que não sei se no momento

Levanto e durmo, ou deito e acordo.


Pensas que assim sou louco,

Pois, pra te ver de tudo eu tento,

Mas, eu acho que isso é pouco.

LABIRINTO


Labirinto, tornou-se assim

O teu corpo suave e cheiroso.

Usei de mil artifícios para

Romper os obstáculos do prazer,

Daí então fiquei prisioneiro

E Graças a Deus, perdido,

Suspenso, nesse labirinto – teu corpo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O BRINQUEDO MAIS NOVO DE UMA CRIANÇA CHATA



Nasci. Ou a máquina me construiu?
Apareci. Ou fizeram com que eu aparecesse?
Torto, ereto, branco, preto
Sou eu uma música com cicatrizes?
Sou eu uma criatura de Frankenstein sem parafusos?

Nasci. Ou a máquina me moldou?
Apareci. Ou jogaram-me à tua presença?
Salubre, venenoso, salgado, doce
Sou eu um poema aleijado?
Sou eu um mutilado bósnio sem lembranças?

Nasci. Ou a máquina me acionou?
Apareci. Ou renovaram minhas baterias?
Falante, inerte, sinistro, benigno
Sou eu um “Capitão América” rubro com a foice?
Sou eu um mutilado afegão rubro sem o martelo?

Morri. Ou a máquina me programou?
Desapareci. Ou eu era a máquina?
Podre, inquebrável, diabólica, divina
Sou eu um rabisco ilegível?
Ou sou eu o brinquedo mais novo?

SENTADO À MESA DE UM BAR

Em alguma mesa,
De algum bar,
Escrevo a beleza
Que sinto no ar.

O dedilhar no violão
Mostra-me tua realeza,
E no reino, sendo o vilão,
O que me derrota é tua nobreza.

Está no copo a cerveja,
Na mente teu olhar,
Olhos fechados quando me beijas,
E em meu ser a vontade de te amar.

Sentindo no ar o cheiro de amor,
Penso em ti à mesa d’um bar,
E desejando em teu corpo sentir calor
Quero só nele poder me embriagar.

SENTADO À MESA DE UM BAR II

Carne moída e arroz refogado,

Aguardente de altíssimo teor,

Conversas atropeladas por embriagados

Tentam explicar os problemas do amor.


Dinheiro forçado pra cachaça

Quando a hora já é pra repousar,

Mas a hora num instante passa

E continuamos a “biritar”.


Explicando o amor em cada dose,

Ingerindo líquidos de copos e copos,

Posso me envolver em corpos e corpos,


Mas, o teu é o que me interessa

E vou agindo como queres

Sem que tu me peças.

JUIZ, JÚRI E RÉU

Sem encarar os seus erros

Eu remontei meus atos imbecis,

Imaginei poder consertar

Seus poucos atos varonis.


Mas, como péssimo analisador

Eu errei no veredicto final,

Sem uma lícita acusação

E sem provas suficientes

Sentenciei meu coração.

DO ABISMO DO ECO AO TEU CORAÇÃO

Com restos de frases
Eu me encontro.
E estraçalhadas palavras
Fazem com que me torne
Um pescador de letras
Jogadas ao abismo do eco,
E reformando meu coração
Que se encontrava espatifado,
Com essas letras resgatadas
Eu reescrevo só pra ti
A mais bela poesia.

CORAÇÃO E MENTE


A resistência resiste
O amor corrói
Um coração que não existe
Mas mesmo assim dói

A insistência insiste
A covardia destrói
Uma paixão que existe
Num coração que dói

A resistência desiste
A covardia impera
Um coração que agora existe
Com uma dor se desespera

A tolerância tolera
Atos libidinosos
E a reação é mera
Vista por olhos maldosos

O resistente se torna imbecil
O sentimento covarde persiste
Seu coração se torna funil
E sua mente não resiste.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TOLICES

O que passou é passado!
Quero viver o presente;
O que eles tentam dizer
São apenas tolices.
Acredite em minhas palavras,
E verás num futuro conciso
Que és a pessoa que eu amo,
És única e exclusiva.

O que passou é passado!
Quero escrever novas poesias,
Dessa vez só pra teus olhos,
Dessa vez só pra teus tímpanos.
Vamos esquecer as asneiras
Que saem de bocas terceiras.
Acredite em minhas palavras,
O que eles dizem são tolices.