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" Viva a Poesia! "

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SENTIDOS DE UM POETA


O poeta vê tudo

O poeta sente tudo

E transforma em absurdo

O néctar salgado

Na garganta ressecada

De uma boca imóvel

Numa cabeça quadrada

Sobre um pescoço sem ossos

Num corpo sem órgãos

Espalhado numa avenida

Sem margens.

                   

Teotônio Vilela/Arapiraca Via Gerais

Diálogos babacas e perturbantes
Atravessando desordenadamente
O meu espaço silencioso.

Forçado ouço pacientemente
Conversas tortas e irritantes
Vomitadas ao meu silêncio.

Já não basta o barulho
Do carro nos buracos da pista,
Soltam conversas confusas.

Já não basta o ronco
Do meu estômago vazio,
Gritam palavras insanas.

Os insistentes buracos da pista
Um dia serão consertados
E o carro não fará tanto barulho.

O ronco do meu estômago
Silenciar quando o alimento,
Mesmo fora de hora, nele repousar.

Diálogos babacas e perturbantes
Atravessarão repetidamente
O meu silêncio amanhã outra vez.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MINHA NOITE

A madeira na estrada,
a lenha no asfalto,
a fogueira será acesa,
aquecerá a noite amanhã.

E no meu peito faz um frio!

O milharal sob rede elétrica,
o verde sobre terra seca,
pasto para gafanhotos e outros,
uma fazenda urbana.

E no meu peito faz-se um deserto!

A música no ar,
lenha”, “o leãzinho”,
louras geladas”, “lambada de serpente”...
lay your hands on me”.

E no meu peito faz um silêncio!

INEXPRESSÍVEL



Louco vou rabiscando novas poesias...
Extravaso meu sentimento em tentativas
Bruscas, ineptas, platônicas – mau êxito.
Atraente e provocante permaneces a me olhar
Sem definição concreta do que se passa
Inefável e silenciosamente em tua mente.

Ininterrupta série de elogios à distância
Não me leva aos suaves afagos das tuas mãos,
E o espaço que nos separa: (minha timidez)
Faz com que minha loucura permaneça nítida.
Ágil, meu pensamento me concede uma nova poesia
Visando elogiar a tua beleza e simplicidade.
Eloquente o suficiente um dia eu serei.
Lúcido, o meu sentimento a ti elucidarei.