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" Viva a Poesia! "

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Inexpressivo



Louco vou rabiscando novas poesias...

Extravaso meu sentimento em tentativas

Bruscas, ineptas, platônicas – mau êxito.

Atraente e provocante permaneces a me olhar

Sem definição concreta do que se passa

Inefável e silenciosamente em tua mente.

 

Ininterrupta série de elogios à distância

Não me leva aos suaves afagos das tuas mãos,

E o espaço que nos separa: (minha timidez)

Faz com que minha loucura permaneça nítida.

Ágil, meu pensamento me concede uma nova poesia

Visando elogiar a tua beleza e simplicidade.

Eloquente o suficiente um dia eu serei.

Lúcido, o meu sentimento a ti elucidarei.

 
                                     

Cego negro insano




Sob essa imensidão azul

Perambula um preto maluco

Rodeado por um colorido mutável;

Seus olhos negros só veem o cinza.

 

Nada claro nessa doida confusão,

O obscuro dessa vida imprevisível

Confunde os fatos, as cores – ilusão;

Os olhos negros nada veem – só o cinza.

 

Mete-se no breu o louco preto indeciso,

Perde-se o azul do firmamento;

Os olhos negros nada veem – nem o cinza.

 

Agora sob a imensidão não mais azul,

Imóvel encontra-se aquele insano

Rodeado por germes a devorá-lo.

 
                  

Inebriante ironia



Sua tenacidade

em ironizar

tudo que aparenta

ser atordoado

retrata profundamente

sua preocupação

com a firmeza

ou a fraqueza

de sua sobriedade.

Mas, nem tudo

é retratável,

pra sua sorte,

nem mesmo esse

seu vergonhoso porre.

domingo, 24 de novembro de 2013

Sem palavras


Eles olham minhas olheiras
Observam o vermelho dos meus olhos
Imaginam o meu passado
Condenam o meu instante
Sentenciam o meu futuro

Eles olham meus passos
Observam o equilíbrio dos meus pés
Imaginam o meu desvio
Condenam o meu tombo
Sentenciam-me ao buraco

Eles olham lá de cima
Observam o meu desprezo
Imaginam o meu sentimento
Condenam o meu conceito
Sentenciam o meu silêncio

Jogam-me à terra
Jogam-me a terra
Jogam e aterram.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ignição



Rodas e rodas rodam
E a forma da escatologia
do velho acaso domina

Mentes e mentes mentem
E o sentimento ridículo
do velho poeta implora

As chaves trancam as portas
fecham as mentes
trancam o espelho na visão
Abrem as pernas
da "donzela sonsa" - virginal

Rodas e rodas rodam
Mentes e mentes mentem
O acaso domina
A poesia devora.
 





Nebulosidade



Por quantas vezes saí por essas avenidas
chutando latas, puto da vida?
Vento na cara, poeira aos olhos,
No peito um tormento,
A dúvida, onde estás neste momento?

Sem respostas, na caminhada,
Seguindo tonto, sob críticas,
E nenhum argumento.

A chuva no meu blazer esfarrapado,
Em minha lembrança o teu véu molhado,
E minhas lágrimas misturadas ao orvalho.




domingo, 17 de novembro de 2013

Aspiração



Voltas com toda carícia,
Tentando reanimar meus pensamentos.
Beijos que podem ser até astuciosos,
Mas que me fazem feliz,
Vigorando meus desejos.
Percebo a lucidez dos teus toques
Tateando levemente meu rosto.
Sei que lembras o orgasmo que tivemos
E que queres novamente me dar esse prazer.
Um calafrio invade meu corpo.
Quando tento te abraçar,
Impetuosamente o sonho acaba
E chuto o travesseiro.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Redonda fatalidade



Aos olhos o presente,
À mente o amanhã.
Aos olhos o desprezo,
À mente, o destino mente.

         De quando em vez
         Aos pés a bola sente,
         Às mãos a esmola,
         Mente o destino à mente.

O seu mundo, essa bola,
Chutam constantemente.
Ele pensa que vive agora,
O destino, à mente mente.

         Giram promessas tantas!
         É um giro indecente,
         No seu mundo esquecido
         À mente, o destino mente.



O país do futebol e do carnaval













No estádio a multidão vibra,
Grita, xinga, esbraveja, irrita;
Uns correm, lutam, tentam,
Quase à morte a torcida se excita.

Não tão distante o necrotério,
Uma multidão grita e se irrita;
O legista lamentavelmente diz:
“Era uma garota muito bonita.”

Lembro... – era Fevereiro, farra,
Na avenida, frevo, folia;
As bandas ininterruptas tocavam,
Agitação, alegria, euforia.

Não esqueço... – era Fevereiro, fim,
Na calçada do necrotério, rebeldia;
As pessoas inquietas gritavam,
Lamentação, revolta, agonia.



                   
    www.escritoresalagoanos.com.br/majal

domingo, 13 de outubro de 2013

Concreto



Concreto duro...
no pé – topada.
na cabeça – pancada.
nos ombros – peso.

Na estrutura...
ausente – vulnerável.
presente – pseudo (um dia cairá).

Coração – concreto.
Amor! – Sentimento – substantivo...
Abstrato!