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" Viva a Poesia! "

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Inferência




Eu já rimei exigente ali,
Já quebrei verso displicente aqui.
Eu já ironizei lá,
Já fui debochado cá.
Eu já me tornei libertino lá,
Já fui menino inocente acolá.

Eu já escalei a montanha daqui,
Já despenquei da beirada dali.
Eu já escorreguei nas estradas de lá,
Já fui empurrado das vielas de cá.
Eu já tropecei nas linhas de lá,
Já rasurei nas entrelinhas de acolá.

Eu já fiz amor na realidade daqui,
Já imaginei tua trepada ali.
Eu já tentei ou fingi ser poeta acolá,
Já fui sem nunca ter sido o amante aqui,
Na poesia as vulvas daqui,
Em poesia as bocetas de lá.




segunda-feira, 27 de julho de 2015

Lágrimas


Lamúrias são consequências
Ocasionais do nosso desencontro.
Ultrapasso meus olhos umedecidos
Reintegrando-me no lugar devido.
Duplico então meu sofrer,
Estabilizando-me distante de ti,
Sem probabilidades de te ver.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perspicaz


Em pensamentos voarei louco,
Procurarei no infinito as rimas
Para ornamentar minha poesia;
Achas que ela estará perfeita?

Para não me perder entre sílabas
Teria que metrificar os meus versos,
E encantar decididamente minha poesia;
Achas que ela estaria primorosa?

Basta a tua suprema presença,
−Aos meus olhos, ou imaginação;
Não precisarei de métrica ou rimas.

Basta o requinte da tua palavra,
−Do teu sim, do teu não;
E minha poesia será de grande estima.

Confuso


Dos olhos a face umedecida...
Engoli seco, não tão seco.
O pensamento tinto – obscuro.
Uma lembrança distante,
Não tão distante, distinta – de tantas...
Dos olhos a face umedecida.

sábado, 4 de julho de 2015

Saudades


Nossas lágrimas não trarão de volta
Teus momentos silenciosos e tristes,
Nem teus momentos críticos de revolta,
Mesmo assim em nossa mente tu existes.

Nossas lágrimas não devolverão
A tua tão simples e sincera palavra,
Nem aliviará a dor do nosso coração,
Mesmo assim esse pranto é o que crava.

Penetra em nosso peito esse punhal,
Punhal da morte que transporta a alma
À força fora de hora, − é infernal.

Projéteis que levam um amigo, um irmão,
E deixam conosco a obrigatória calma;
Irritada fica nossa cabeça sobre a mão.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Doce Amor(a)


Esse perfume reativa a memória à pele,
Essa esquina ainda dobra tuas curvas
Impregnadas em minha mente e em minha retina.

Tuas curvas em minhas mãos deixam teu aroma
Na insana memória e nessa tal esquina
Onde à tona surge o pecado no negro e rubro da amora.