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" Viva a Poesia! "

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Rijeza


Às vezes...
ouço, olho, falo, lembro
Às vezes...
osso, olho, falo, membro
ereto, penso
penso torto
penso higiênico
Às vezes...
competente, talentoso
Às vezes com personalidade
com fibra...

ou inclinado – penso.

sábado, 3 de outubro de 2015

Amor

Passo por passo
Ninguém no encalço
Estou no compasso
No papel o meu traço
Um sentimento escasso.

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Barreira


A vontade é louca de tocar teus ombros,
Prender-me insaciavelmente aos teus lábios,
Desabar-me em dúvidas com tuas palavras,
Infelizmente, estás distante.

A ânsia é maluca de declamar teus versos,
Prender-me gritantemente às tuas rimas,
Desabar-me em objeções por tuas palavras,
Estás distante, infelizmente.

O desejo é árduo de tocar teu corpo,
Prender-me insanamente aos teus braços,
Desabar-me em gozo com teus suspiros,
Infelizmente, estás distante.

A necessidade é nítida em meus olhos,
A distância é nítida aos nossos olhos;
Louca vontade, ânsia maluca, árduo desejo...
E estás distante, infelizmente.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Erros sem consertos


Se a morte amanhã visitar-me
Não quero que você chore,
Também não quero ser elogiado;
Não diga que são belas minhas poesias,
Você só leu e ouviu as três piores.

Se a morte amanhã visitar-me
Não diga que isso lhe deixou triste,
Pois estarei contente em algum lugar.
Não diga que a poesia perdeu um grande nome,
Pois enquanto vivo meus versos são supérfluos.

Se a morte amanhã visitar-me
Não diga que eu tenho seu perdão,
Pois você já desejou minha leiga cabeça.
Não diga que esqueceu meus erros,
Pois esses erros nem a amnésia os levaria.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Horizonte


Lançava meu olhar ao horizonte,
Onduladas imagens me encantavam,
Utópicos murmúrios eu escutava,
Reais momentos me atormentavam,
Diversos conceitos me acalmavam
E nesse horizonte não estavas.
Sem teu olhar meus olhos eu fechava.

Impulso



Meus instintos maliciosos
Arrebentam a divisa
Já tão cobiçada,
Assim, procurando
Límpido teu orgasmo.
 
Saíram meus instintos
Atrevidos e exagerados,
Navegantes espermáticos

Assumiram o comando,
Ultimaram nosso tesão,
Destruíram as barreiras,
Agora me tornaram
Zangão da tua colmeia.



Musa Noturna


Entrei na noite
Para te encontrar,
Parecia que eu estava
Delirando num sonho,
E eu desejava acordar.

Entrei na noite
Para te resgatar,
Parecia que eu estava
Sufocando-me num pesadelo,
E eu desejava despertar.

Entrei na noite
Para te libertar,
Parecia que eu era
Um triste perdedor,
Dessa vez eu queria ganhar.

Entrei na noite
Para te visitar,
Parecia que eu era
O único intruso,
Mas eu não queria impressionar.

Fugi da noite
Para poder descansar,
Parecia que era alívio,
Mas, era inconformismo,
Não consegui te encontrar.



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domingo, 30 de agosto de 2015

Estarei te esperando


Suba!
A ponte ainda te suporta.
Ela (a ponte) ainda pode te conduzir.
Um semáforo no meio da ponte
não vai te estacionar.

Suba!
A escada ainda te suporta.
Ela (a escada) ainda pode te conduzir.
O lodo não vai fazer com que escorregues.

Suba!
Um dia qualquer desceremos à realidade.

                            

Impera ativo II


Dessa vez vais descer!
Desce! Vai! Desça devassa!
Desfaz dessa vez...
De vez, de uma só vez desça!
Não tropece! Desça!
O salto não é tão alto!
Pule! Desça! Desça sem pulo!
Pulo chulo, chuto teu passo,
e passo de passo a passo...
Nessa devassidão desça!
Desça! Desça!
Desça dessa densa devassidão.


Não estou nem aqui


Tô mal pra porra quando aqui.
Quando aqui, tento ser mau pra porra,
Toda porra se vira contra mim.

Lá tô mal pra porra.
Cá, mau não posso retrucar essa porra!
Tô mal, tô é mal pra porra.

Se não entendeu, vou dizer, “redizer”
Não “desdirei”, mas tenho uma ligeira impressão...
...que tô mal pra porra!

Tô “malpaporra”!

                            

domingo, 2 de agosto de 2015

Jaz um louco


Ele diz que fecha
Os olhos e os ouvidos
Para qualquer poesia.
Diz que interrompe
A mais bela canção,
E que atrapalha
O cantar dos pássaros.

Ela diz que ele, além de louco,
Já é morto desocupado
Que jaz de pé e andando
No tempo e lugar errado.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Inferência




Eu já rimei exigente ali,
Já quebrei verso displicente aqui.
Eu já ironizei lá,
Já fui debochado cá.
Eu já me tornei libertino lá,
Já fui menino inocente acolá.

Eu já escalei a montanha daqui,
Já despenquei da beirada dali.
Eu já escorreguei nas estradas de lá,
Já fui empurrado das vielas de cá.
Eu já tropecei nas linhas de lá,
Já rasurei nas entrelinhas de acolá.

Eu já fiz amor na realidade daqui,
Já imaginei tua trepada ali.
Eu já tentei ou fingi ser poeta acolá,
Já fui sem nunca ter sido o amante aqui,
Na poesia as vulvas daqui,
Em poesia as bocetas de lá.




segunda-feira, 27 de julho de 2015

Lágrimas


Lamúrias são consequências
Ocasionais do nosso desencontro.
Ultrapasso meus olhos umedecidos
Reintegrando-me no lugar devido.
Duplico então meu sofrer,
Estabilizando-me distante de ti,
Sem probabilidades de te ver.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perspicaz


Em pensamentos voarei louco,
Procurarei no infinito as rimas
Para ornamentar minha poesia;
Achas que ela estará perfeita?

Para não me perder entre sílabas
Teria que metrificar os meus versos,
E encantar decididamente minha poesia;
Achas que ela estaria primorosa?

Basta a tua suprema presença,
−Aos meus olhos, ou imaginação;
Não precisarei de métrica ou rimas.

Basta o requinte da tua palavra,
−Do teu sim, do teu não;
E minha poesia será de grande estima.

Confuso


Dos olhos a face umedecida...
Engoli seco, não tão seco.
O pensamento tinto – obscuro.
Uma lembrança distante,
Não tão distante, distinta – de tantas...
Dos olhos a face umedecida.

sábado, 4 de julho de 2015

Saudades


Nossas lágrimas não trarão de volta
Teus momentos silenciosos e tristes,
Nem teus momentos críticos de revolta,
Mesmo assim em nossa mente tu existes.

Nossas lágrimas não devolverão
A tua tão simples e sincera palavra,
Nem aliviará a dor do nosso coração,
Mesmo assim esse pranto é o que crava.

Penetra em nosso peito esse punhal,
Punhal da morte que transporta a alma
À força fora de hora, − é infernal.

Projéteis que levam um amigo, um irmão,
E deixam conosco a obrigatória calma;
Irritada fica nossa cabeça sobre a mão.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Doce Amor(a)


Esse perfume reativa a memória à pele,
Essa esquina ainda dobra tuas curvas
Impregnadas em minha mente e em minha retina.

Tuas curvas em minhas mãos deixam teu aroma
Na insana memória e nessa tal esquina
Onde à tona surge o pecado no negro e rubro da amora.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Eterna frase



O cansaço nos ombros,
Nas pernas, nos olhos...
E o suor nas costas,
Na cara, no peito...
E a ânsia na mente,
Nos braços, no corpo...
E a poesia na lembrança,
Na dúvida, no papel...
E a lágrima no sereno,
Na página, no semblante...
E o berro no ar,
Na garganta, nos tímpanos...

O cansaço depois do sexo,
O suor depois da luta pela paz,
A ânsia de abraçar a quem ama,
A poesia que tem dúvidas no presente,
A lágrima que mostra a tristeza da saudade,

E o berro dizendo que apesar de tudo eu te amo.

As Mãos


Fazem o sinal da cruz,
Guiam, desviam, acalmam,
Aplaudem, labutam, suam,
Acariciam, masturbam.

Esmurram, massageiam,
Corrompem, acatam, punem,
Apoiam, levantam, derrubam,
Avançam, roubam, recuam.

Camuflam, tremem, descobrem,
Agarram, abusam, largam,
Juntam, atam, separam.

Planejam, esculpem, constroem,
Disparam, matam, destroem...
Fazem o sinal da cruz.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Megera


Estavas em meu pesadelo!
Esbravejando sórdida e rudemente,
Rugindo feito animal selvagem,
Leoa enlouquecida no cio,
Por que estavas em meu pesadelo?

Bruta serpente peçonhenta,
Carcará impiedoso e traiçoeiro,
Porco-espinho querendo me abraçar,
Convidando-me ao caldeirão escaldante

Eras a bruxa do meu pesadelo!

sábado, 20 de junho de 2015

Por quê?



Brinquedo quebrado jogado ao lixo
Rascunho sujo jogado no lixo
Papel amassado jogado ao lixo
Risco riscado jogado no lixo
Compromisso rompido jogado ao lixo
Menino babaca jogado no lixo
Orgasmo lembrado jogado ao lixo
Desejo proibido jogado no lixo
Momento arriscado jogado ao lixo
Encontro previsto jogado no lixo
Poema forçado jogado ao lixo
Sentimento culpado jogado no lixo
Cansaço gostoso jogado ao lixo
Escritos marcantes jogados no lixo
Saudade perversa jogada ao lixo
Lembrança malvada jogada no lixo
Brinquedo quebrado jogado ao lixo
Por quê?

                                      
                               

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lá vou nesse voo (talvez)


O voo desse sentimento é rasante
O voo desse pensamento é rasteiro
O voo desse pressentimento é tiro certeiro
O voo desse passatempo é golpe fulminante

O “vou-não-vou”
O vou sem ir
O vou sem vir
O vou não, o não vou...
Preciso!
Preciso seria.



domingo, 7 de junho de 2015

Agora



Vem!
Sem dor
Sem constrangimento
Sem furo
Sem corte

Chega!
Encena
Sem cortes
Em cena não finges
És forte

Vem!
Visita sem choro
Vem sem cor
Sem cheiro
Sem norte

Chega!
Silenciosa
Grito contido
Contigo irei
Minha morte.




sábado, 2 de maio de 2015

ARMADILHA


Rio do meu retorno...
Nas águas do temporal eu rio.
Esperou por ti o tempo
Em tempestades no covil.

Serpentes fizeram o adorno,
Nos meus carnavais a serpentina,
Confetes, veneno, antídoto, alento...
Rio do meu retorno – tempestade menina.


Nada muda quando tudo parece mutável



De repente a peste
Bem devagar
O olhar no teste
Bem, vem, mau, mal-estar.

   Lento em vão o esquivar
   Disfarçado num sujo espelho,
   Imagem retorcida com cara
   Camuflada parecida joelho.

      Recém não é, sempre antiga,
      Nunca, vem, foi, não está
      A cisma, o prisma, a cara,
      As palavras voam – o seu rimar.

         O mar – com erre, sem – é má,
         E a peste está a divagar,
         Devagar vem o mestre

         Pra dizer que tudo deve mudar.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Penumbra



Tua imagem surgirá
Ao fechar dos meus olhos
Tua imagem perambulará
Ao lado dos meus passos

Teu vulto aparecerá
No início do meu sonho
Teu vulto passeará
Diante desse espelho

Imagem turva e constante
Olhos cegos impertinentes
Imagem turva do instante
Olhos cegos persistentes

Imagem súbita e cortante
Passos lentos insistentes
Imagem súbita de amante
Passos lentos penitentes

Vulto que desaparecerá
Ao abrir dos meus olhos
Vulto que não mais surgirá
Ao lado dos meus passos.



Viva a Poesia!


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Impera ativo


Desça!
Não vá cair dessa cadeira – altura.
Condessa, não envenena o pobre conde! – jura?
Meça!
Não cometa essa loucura – dura!
Turva!
Não beberá dessa tal água – impura.
Desça!
Não vá cair desse tal salto alto – loucura!
Condessa, a fruta é indigesta, mas cura.