Majal-San (post.)

Visualização de número:

Encontre / Find

" Viva a Poesia! "

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

P R O V Í N C I A

Roubos,
Falcatruas,
Explorações,
Enriquecimento ilícito,
Políticas baratas,
Demagogos,
O ministério é um mistério.
O mendigo na esquina,
A saúde está doente,
Caiu da bicicleta.
Gastos com viagens supérfluas,
Investimentos babacas,
E uma voz ao seu ouvido:
“...Moço me dê uma esmola
pelo amor de Jesus Cristo.”
E cento e quarenta e sete porradas
Atingem a cabeça dos velhos.
Enquanto você tem medo
De visitar um hospício,
Os pinéis desse hospício
Têm medo de visitar os malucos
Que vivem do lado de fora...
Aqueles que se dizem normais...
Políticos,
Ministérios,
Governos,
Países...

PÉ DIREITO

Ele pode acelerar o carro,
E ir de encontro a um poste.
Pode também pisar o pódio.
Ele pode chutar a bola ao ângulo,
E dar ao seu clube um gol.
Pode chutar o traseiro do amigo.
Pode, solitário, sair saltitando,
Pode girar devido uma pirueta,
E também topar alguma pedra.
Pode ser o mais belo,
E também o mais fedido.
Pode ser arma de caratê.
Pode ser beijado por alguém,
E pisado de propósito
Ser dono de um calo seco.

PEQUENAS MENTIRAS

Amassos silenciosos tristes,
Abraços perigosos felizes...
Assim eram os nossos encontros
Nas desertas vielas, hoje cicatrizes.

No peito, na mente ainda ferida aberta,
Nos olhos, na face mágoas pra um futuro...
Tanto insistem essas remotas lembranças,
Tanto insiste esse pranto no escuro.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

H O M E N S


Homens cultos agem como primatas

Aqueles que se dizem inteligentes

Consideráveis diplomatas

Explodem petroleiros no mar

E colocam fogo nas matas

Algumas vezes admiráveis cérebros

Outras vezes rejeitados por baratas

Com guerras e desastres ecológicos

Eles criam importantes datas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

opaísdofuteboledocarnaval


No estádio a multidão vibra,
Grita, xinga, esbraveja, irrita;
Uns correm, lutam, tentam,
Quase à morte a torcida se excita.

Não tão distante o necrotério,
Uma multidão grita e se irrita;
O legista lamentavelmente diz:
“Era uma garota muito bonita.”

Lembro... – era Fevereiro, farra,
Na avenida, frevo, folia;
As bandas ininterruptas tocavam,
Agitação, alegria, euforia.

Não esqueço... – era Fevereiro, fim,
Na calçada do necrotério, rebeldia;
As pessoas inquietas gritavam,
Lamentação, revolta, agonia.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

NOSSA POESIA

Ela levou meu paladar,
meu olfato,
meu amor,
meu tesão.

Ela levou meu bem-estar,
meu retrato,
meu humor,
meu coração.

Ela deixou minha emoção,
minha dor.

Ela deixou minha agonia...
Não conseguiu levar minha poesia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

MINHA FÊMEA


Tu és minha Cleópatra
Dominas meus gestos
Vejo-te Eva, Dalila
Diriges meus atos

Tu és minha Medusa
Petrifica minha visão
Vejo-te Olga, Anita
Revolucionas meu coração

Tu és minha Isabel
Chicoteias minha cor
Vejo-te Dulce, Teresa
Mother, Madre, Mãe

Nessa brisa és minha “bisa”
Minha avó, minha mãe,
Minha filha, minha irmã,
Minha tia, minha prima,
Minha sobrinha, minha enteada,
Minha sogra, minha cunhada,
Minha comadre, minha amiga,
Minha noiva, minha namorada,
Minha esposa, minha amada,
Minha deusa, minha amante,
Minha vida, minha morte.

CONTRAFEITO

Estacionaste ali tão calada,
Movimentos reduzidos – imploras.
Hoje sinto saudades da guinada
Que por ausência tu choras.

Mas teu sorriso teima em ressurgir
Que em mim torna-se pranto.
Impotente tento fingir
Em implícita poesia, o canto.

Desvio rápido, a visão
Para não demonstrar meu sofrer,
Explodindo oculto, o coração
Sabedor de que posso te perder.

A qualquer momento partirás
E nem um adeus poderei ouvir,
Mas logo ao meu lado estarás
Mesmo que eu não queira partir.

MENTES

Algumas mentes estão ausentes

E deixaram-nos em nostalgia,

Como um vendaval que passou de repente

Levando tudo que conseguimos um dia.


Outras novas mentes estão presentes

Proporcionando-nos essa alegria,

Transitória alegria de seres insistentes

Que transformam tudo em poesia.


Seus traços poéticos repelem a melancolia

Que já incomodava a essas mentes presentes,

Não tristeza, agora apenas alegria...


Mesmo que seja transitória, alegria!

Mesmo com algumas mentes (ainda) ausentes

Esqueçamos a nostalgia, sejamos poesia!

ÉS TUDO ISSO


Meiguice

Amizade

Jóia preciosa

Agradável

Luzente


Simplicidade

Adorável

Nítida


Confiante

Objetiva

Natural

Ternura

Eloqüente

Ninfa deste poeta...

Tudo isso, você, a poesia

E algo mais me deixam contente.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O TEU OLHAR


A velocidade...
pra esquerda,
pra direita,
pra cima,
pra baixo,
fechando-se.

O branco...
com o castanho,
pra mim.
Escondendo-se de mim
por trás das pálpebras.
Para em disfarces em mim.

A menina deles...
corre,
foge,
para,
morre
nas lanças dos meus.

A POESIA E O POEMA



Atrás do silêncio ela se escondeu
Perdeu-se entre palavras insignificantes
Entre o mistério e o óbvio ela correu
Entre metáforas e conotações dos amantes.


Atrás do silêncio ela desapareceu
Perdeu-se entre palavras esquecidas
Entre o ignorado e o ódio ela morreu
Entre mágoas e lágrimas perdidas.

Num suspiro agudo e penetrante ele ressurgiu
Renasceu da mais simples palavra
Entre o gozo solitário e a saudade.


Com barulho e provocante ele sorriu
Reapareceu com a mais simples rima
Entre o imaginário e a realidade.







Z E R O


Incapaz de olhar nos teus olhos

Depois te dar um abraço,

Incapaz de falar que te amo

Ocultando o desejo de te beijar,

Transmito esse desejo com o olhar,

Apenas com o olhar rápido de um apaixonado.



Sinto-me frágil,

Embora forte minha insistência,

Minha obstinação em te querer.

Por um momento penso que te perdi,

Resolvo novamente te procurar

E você sempre fugindo de mim.