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" Viva a Poesia! "

domingo, 27 de junho de 2010

J O V E N S

Uns jogam cartas pelos bares,
Outros andam na praia em plena madrugada.

Uns curtem o rock nacional,
Outros xingam os fanáticos religiosos.

Uns permanecem embriagados pelas esquinas,
Outros metem o “pau” no governo.

Uns vibram com um gol de um clube alemão,
Outros matam seus próprios pais.

Uns dizem querer ser o primeiro líder do país,
Outros estupram criancinhas.

Uns reclamam do horrível desemprego,
Outros fazem filhos e não assumem.

Uns se preocupam em falar hebraico,
Outros não sabem o resultado de dois mais dois.

Uns curtem suas drogas em silêncio,
Outros jogam pedras no Presidente.

Uns dão tudo pela poesia,
Outros roubam supermercados só por sacanagem.

Uns fazem parte da homossexualidade,
Outros dizem que melhor seria a terceira guerra.

Uns dizem que amam a Natureza,
Outros desejam cervejas geladas e sanduíches quentes.

Uns dizem que na verdade são outros,
Outros dizem que daqueles que desejam explodir a Pátria,

Não querem ser apenas “alguns”.

B.D.P.


Os amigos surgem,
O atendimento é ruim.

Os sons surgem,
O entendimento é ruim.

As musas surgem,
O entretenimento é ruim.

As dúvidas surgem,
E todo o bom é ruim...

Seria, deveria, poderia,
As rimas atrapalham.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ARROGÂNCIA


Vocês deveriam ser mais óbvios,
Adornar suas ações de clareza,
Deveriam assumir suas reais funções,
Induzir a destruição à recôndita tristeza.
Onde agem suas impetuosas mãos,
Suas marcas fixam-se borrando a beleza.

Vândalos, causadores de indignação,
Avulsos seres da vil exterminação.
Deveriam assumir seus atos aniquiladores,
Impunes, parecem imunes às dores;
Obedientes aos seus instintos, julgam, condenam,
São todos vadios, porém insolentes ordenam.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CURSO


A madrugada é espiã dos nossos poéticos atos,
Observa os versos que repentinamente surgem;
Quebram-se rimas em estilhaços cortantes
Rasgando vagarosamente vulneráveis corações.

A madrugada filtra versos molhados e tontos,
Purifica pecaminosamente poesias futuras.
Explodem-se vocábulos tão livres e surdos
Edificando majestosamente sonhos em estrofes.

A manhã aproxima-se, – chega o amanhã
Que em nossas mentes sempre fora previsto,
O sol aquecerá intensamente nossos escritos.

A manhã espera-nos, – já esperávamos
Esse amanhã que depois será o ontem,
De lembranças, saudades estilhaçando nosso peito.

TENHO SAUDADES DE TI


Quando a primeira frase
Acordou minha inspiração
Já era um novo dia.
Os ponteiros do relógio
Já tinham se encontrado,
E ligeiramente se despediram.

A primeira frase surgiu
Quando a primeira lágrima
De súbito desceu o meu rosto.
Eu lembrei o teu rosto,
Lindo, meiguice, quase inocência.

Quando a primeira frase
Movimentou meus dedos frios,
Já era um novo dia,
Vinte e quatro horas a mais
Despediam-se ao longe.

A primeira frase
Falava de mim, falava de ti,
Das nossas manhãs e tardes.
Só não falava da nossa noite,
E nem da madrugada que começava...

A primeira frase dizia:
Tenho saudades de ti.

TINO


Os hipócritas nos rodeiam por todo dia,
Observam nossos passos, nossos atos.
Em apenas um olhar transparece ironia,
Criticam, xingam, opinam ignorantes dos fatos.

Com uma mão nos apóiam, indicam o caminho,
Com a outra nos derrubam e castigam.
Diante de nós transformam nossa água em vinho,
Ausentes são juízes, carrascos e nos julgam.

Esses hipócritas não me atingem, não os conheço,
Seguirei minha vida, pensando em Deus eu adormeço.

“Ó Senhor, não me repreendas na tua ira,
Nem me castigues no teu furor.
Porque as tuas frechas se cravaram em mim,
E a tua mão sobre mim desceu.”

QUE É


Quando um grão cai
Quem sabe lá o que será?
Que surgirá depois em líquido?
Quase sóbrio envenenará.
Qual será o destino?
Qual; quase; que; quem; quando?

Entrará pela boca e acabará me acabando
Existirá, porém, não me conformará
Então, a consumo incessantemente
Existirei, mas não sei se a consumirei
E assim, a detono sem sequer
Explorar o real sabor do seu consumo.

MOSQUIERA


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Vem zoando num silêncio profundo,
Vem descendo fazendo curvas,
Vem aterrissando num vazio branco

Para perder-se sem rumo,
Para chegar-se ao ermo, - a esmo,
Para morrer num segundo!

Um polegar, um indicador,
Um toque foi o bastante.
Partiu o inseto. Partiu-se!

Não zoa mais num eco ausente,
Não desce, nem curvas ele faz,
Aterrissou. Não! O papel manchou.

Uma minúscula mancha é o que restou.
Lá vem outro zoando, descendo, aterrissando
Sem silêncio, sem curvas no voo...

Um polegar, um indicador,
Um outro toque será o bastante.
Partirá o inseto num segundo.

terça-feira, 15 de junho de 2010

FOI-SE A FOICE


É agora, já já não é mais.
Não será mais, foi. Foi-se!
Aperto de mãos, depois porradas.
Carícia facial, depois arranhões.

É agora, já já não é mais
Não será mais, foi. Foi-se!
Batidas no ombro, depois golpe – artes marciais.
Batidas de maracujá, depois cicuta.

É agora, já já não é mais.
Não será mais, golpe. Foice!
Aperto de artérias, hemorragia.
Carícia virtual, depois sermões.

Era a hora, não é mais.
Foi-se tudo, tudo: foice!
Aperto! Não de mãos.
Aperte as lágrimas pros sermões,
Tudo acabou. Tudo foi-se.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

WOMAN AND MONEY


Você é a criança
Que se diverte na Disneylândia
Você é a menina
Que namora no versailles
Você é a mulher
Que deposita na Suíça

Garota linda, dona de lindos olhos
Mulher sensual, dona de belas pernas
Seus olhos fitam apenas o capital
Suas pernas são abertas pelos dólares

Você é a criança
Que se diverte em grandes parques
Você é a menina
Que namora em carros luxuosos
Você é a mulher
Que tem contas secretas

Garota linda, dona de um belo túmulo
Mulher sensual, fará vários viúvos
Seus olhos fecharam-se para todos
Suas pernas não desnorteiam mais

Aqueles dólares sua vida não pouparam.

PEZ


Na pele, o óbvio acentuado.
Nos atos alheios, o repúdio.
As consequências notórias,
As reações ainda inibidas
Estão armazenadas em mente.

O instante não vivido
Torna agravantes as ações,
Nas mãos, nos olhos, imaginação.
A tonalidade elevada da cor
Incomoda continuamente.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

ABSOLVIÇÃO


Peço urgentemente perdão
Por ter elogiado os teus olhos,
Por achá-los poéticos e belos,
Por apagar o brilho insignificante
Destes meus olhos tão inspirados.
Peço urgentemente perdão

Por ter silenciado-me diante de ti,
Por não mais frequentemente sorrir,
Por apagar o opaco insignificante
Deste meu sorriso tão esperado.

Peço urgentemente perdão
Por ter te conhecido,
Por ter fitado os teus olhos,
Por não mais acender o brilho dos meus,
Mesmo assim continuo inspirado.

Peço urgentemente perdão
Por não ter falado o que penso,
Por não sorrir como desejo,
Por não poder acender a chama
Dessa inspiração tão esperada.

terça-feira, 8 de junho de 2010

PAIXÃO EXPLOSIVA


Estonteantes toques no meu corpo,

Que é torpente, mas que te alucina,

Deixam-me sob agitação convulsiva,

Despertando em mim uma paixão explosiva.


Nos teus olhos vejo a sagacidade;

E seus reflexos mostram-me a firmeza

Fugaz induzida aos olhos meus,

Tornando-me assim o teu Zeus.


Nessa paixão explosiva sou o teu deus,

Deus mitológico, deus imaginário

Que proporciona esse momento hilário.


Nessa paixão explosiva temos palpitações,

Temos toques e toques excitantes

Que ligeiramente nos tornam amantes.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

P A L A B R A S


As palavras são poderosas!
Ditas, suprimidas,
em silêncio ou num grito.
Escritas, rascunhadas,
lidas ou sussurradas.

palavra=word=palabra
palabra=palavra=word
word=palabra=palavra
palavra=palabra=word

palavraswordspalabraswords
palabraswordspalavraswords
palavraswordspalabraswords

palavras = words
word = palavra
sword = espada

espada fere e fere e fere...

ESTOU CHEGANDO


Que seja uma vida
Ou cinco minutos
Alguns segundos

Que seja o primeiro
Que seja o único
Ou o segundo

Que seja prazer
Que seja teatro
Ou realidade

Que seja uma cena
Um luxo qualquer
Ou a vaidade

Que seja o vento
Brisa na face
Ou furacão

Que seja amor
Que seja orgasmo
Apenas tesão

Estou chegando
Que sejas sincera
Ou tua verdade

Estou chegando
Sejamos sinceros
Ou nossa verdade.