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" Viva a Poesia! "

domingo, 23 de junho de 2013

Ultraje



Dói, dói tudo!
A orelha esquerda dói
E também queima.

Dói, a cabeça dói!
Parietal, frontal, occipital
Doem e também queimam.

Dói, dói tudo!
Carne, pele,
Ossos, nervos.
Todos os membros
Doem! Queimam!

Dói, a cabeça dói!
Insistência,
Consciência,
Paciência.
As orelhas esquerda e direita
Doem! Queimam!

Doem os membros, a cabeça,
Queimam ossos, nervos, carne, pele.
Pesadelo, pesadelo, pesadelo,
Dói tudo! Queima tudo!



sábado, 22 de junho de 2013

Província



Roubos,
Falcatruas,
Explorações,
Enriquecimento ilícito,
Políticas baratas,
Demagogos,
O ministério é um mistério.
O mendigo na esquina,
A saúde está doente,
Caiu da bicicleta.
Gastos com viagens supérfluas,
Investimentos babacas,
E uma voz ao seu ouvido:
“...Moço me dê uma esmola
pelo amor de Jesus Cristo.”
E cento e quarenta e sete porradas
Atingem a cabeça dos velhos.
Enquanto você tem medo
De visitar um hospício,
Os pinéis desse hospício
Têm medo de visitar os malucos
Que vivem do lado de fora...
Aqueles que se dizem normais...
Políticos,
Ministérios,
Governos,

Países...

domingo, 16 de junho de 2013

Lourdes


Quando estou contigo,
Eu me sinto completo,
Não pergunto por abrigo,
Pois de amor estou repleto.

Amiga minha, doce musa,
Na poesia eu te descrevo,
Não importa se estás confusa,
Assim mesmo és meu acervo.

O teu sorriso eu agradeço,
Tua atenção me enaltece,
Desculpas se eu não mereço,

Minha inspiração tu mereces;
Nas construções de minhas poesias,
Tu és os principais alicerces.



www.escritoresalagoanos.com.br/majal

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Lapidando cristais


Em mim o toque invisível
 na mente rastreadora do oculto.

Em mim a veia pulsante,
 com o sangue morno, ainda rubro.

Em mim o pensamento pertinente
com divergências - ainda inaceitável.

Em mim a facilidade da lágrima
 em silêncio e ainda salgada.

Em mim a ausência do fôlego,
 súbita, torturante e ainda incômoda.

Em mim a bolha irritante
 em longa caminhada - ainda por estourar.

Em mim a insistente loucura
 da tua-mente-minha, ainda longe das pedras.

Em mim a poesia persistente,
 inútil, estacionada ainda em mente.

Em
mim cacos e cacos colados,
 não tão bem colados - ainda por ruir.

Em ti o toque insensível
 na mente compulsiva - o susto.

Em ti a veia vazia de sangue,
 mas com o ar quente, ainda pulsante.

Em ti o pensamento insistente
 sem convergências - ainda maleável.

Em ti a facilidade em massacrar,
 em gritos, em gestos - distante.

Em ti a ausência da compreensão,
 teimosa, enfática, ainda só tua.

Em ti a pedra no calcanhar
 em calçado apertado, calçada, topada.

Em ti a irritante sanidade
 da minha-mente-tua tão perto das pedras.

Em ti a poesia persistente,
 inútil, solta ao vento.

 Em ti o inquebrável cristal pálido,
 não tão bem lapidado - ainda intocável.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Vulnerável

        


Perdoe-me.
Agir dessa maneira
Pode aparentar inconformismo,
Esqueça o que ouvirá
Durante os próximos minutos:

Bateu-me de repente
Um bruto arrependimento.
Por que dirigir meus olhos
À intensidade do Sol?
Eu sabia que eram frágeis.

Por que imprudentemente
Mergulhei nas águas lastimáveis?
Era manhã de verão,
Profundidade contemplativa,
Eu nem sabia nadar!

Perdoe-me.
Calar dessa maneira
Pode aparentar conformismo,
Lembre-se o que eu não diria
Durante os próximos segundos:

Meu é esse Sol intenso,
Teus são os meus frágeis olhos,
Nossa é a profundidade do saber...