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" Viva a Poesia! "

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Eterna frase



O cansaço nos ombros,
Nas pernas, nos olhos...
E o suor nas costas,
Na cara, no peito...
E a ânsia na mente,
Nos braços, no corpo...
E a poesia na lembrança,
Na dúvida, no papel...
E a lágrima no sereno,
Na página, no semblante...
E o berro no ar,
Na garganta, nos tímpanos...

O cansaço depois do sexo,
O suor depois da luta pela paz,
A ânsia de abraçar a quem ama,
A poesia que tem dúvidas no presente,
A lágrima que mostra a tristeza da saudade,

E o berro dizendo que apesar de tudo eu te amo.

As Mãos


Fazem o sinal da cruz,
Guiam, desviam, acalmam,
Aplaudem, labutam, suam,
Acariciam, masturbam.

Esmurram, massageiam,
Corrompem, acatam, punem,
Apoiam, levantam, derrubam,
Avançam, roubam, recuam.

Camuflam, tremem, descobrem,
Agarram, abusam, largam,
Juntam, atam, separam.

Planejam, esculpem, constroem,
Disparam, matam, destroem...
Fazem o sinal da cruz.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Megera


Estavas em meu pesadelo!
Esbravejando sórdida e rudemente,
Rugindo feito animal selvagem,
Leoa enlouquecida no cio,
Por que estavas em meu pesadelo?

Bruta serpente peçonhenta,
Carcará impiedoso e traiçoeiro,
Porco-espinho querendo me abraçar,
Convidando-me ao caldeirão escaldante

Eras a bruxa do meu pesadelo!

sábado, 20 de junho de 2015

Por quê?



Brinquedo quebrado jogado ao lixo
Rascunho sujo jogado no lixo
Papel amassado jogado ao lixo
Risco riscado jogado no lixo
Compromisso rompido jogado ao lixo
Menino babaca jogado no lixo
Orgasmo lembrado jogado ao lixo
Desejo proibido jogado no lixo
Momento arriscado jogado ao lixo
Encontro previsto jogado no lixo
Poema forçado jogado ao lixo
Sentimento culpado jogado no lixo
Cansaço gostoso jogado ao lixo
Escritos marcantes jogados no lixo
Saudade perversa jogada ao lixo
Lembrança malvada jogada no lixo
Brinquedo quebrado jogado ao lixo
Por quê?

                                      
                               

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Lá vou nesse voo (talvez)


O voo desse sentimento é rasante
O voo desse pensamento é rasteiro
O voo desse pressentimento é tiro certeiro
O voo desse passatempo é golpe fulminante

O “vou-não-vou”
O vou sem ir
O vou sem vir
O vou não, o não vou...
Preciso!
Preciso seria.



domingo, 7 de junho de 2015

Agora



Vem!
Sem dor
Sem constrangimento
Sem furo
Sem corte

Chega!
Encena
Sem cortes
Em cena não finges
És forte

Vem!
Visita sem choro
Vem sem cor
Sem cheiro
Sem norte

Chega!
Silenciosa
Grito contido
Contigo irei
Minha morte.