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" Viva a Poesia! "

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

I N C O M U N I C Á V E L

Metáforas inconvenientes
Atrapalhados versos
Justos desencontros
Atos alegóricos
Lamentáveis gaguejos

Sussurrantes declarações
Atentas audições
Néctar derramado

Enfraquecidos toques
Significantes lágrimas
Vertigens sóbrias
Alucinantes vocábulos
Exauridas inspirações
Conturbações impróprias
Impulsos incultos
Deixam-me incontrolável
Omitindo o meu sentimento.

                   

MEU MEIO-DIA

Por que não me levas de uma vez?
Não quero, não posso ficar aqui.
Por que não me mandas ao além?
Não mereço perambular por aí.

Será que sou covarde
Quando imploro a minha ida?
Será que não sou capaz
De finalizar minha própria vida?

Não serei capaz de disparar
A arma em direção aos miolos.
Tenho péssima pontaria.

Não serei capaz de colocar
A cabeça sobre os trilhos.
Eles estão quentes, é meio-dia.

ONTEM

Não houve explicação
                         sessão

Não abriu a porta
     pouco importa
                   portão
                  revolta
                    refrão

Não houve avião
                chavão

Hoje há declamação.

         

OBRIGADO!

Chegaste como as flores na primavera
Caí como as folhas no outono
Um dia lacrimejei como águas no inverno
E hoje queimamos de prazer como o sol no verão

Ficaste como tatuagem definitiva
Levantei firme, forte, feliz – graças a ti
Umedeço hoje de satisfação e alegria
Aqueces meus gestos com teus toques quentes

E em silêncio eu grito estridente:
Obrigado! Estás aqui.

TENTATIVA

O que está acontecendo?
Não quero, não quero ocultar,
Ocultar o que é tão claro.

Vamos nós por aí vivendo,
Amando, tentando não brigar,
Mas o momento feliz é raro.

Não quero ocultar meus deslizes,
Está óbvio nosso desentendimento,
E vamos mexendo em nossas cicatrizes.

Vamos nós vivendo de reprises,
O nosso modo de consertar é lento,
Então continuamos com nossas crises.

                            

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

EXPECTATIVA


Essa cadeira te espera
A porta escancarada

Tua visão eu aguardo
Metafórico chocolate

A expectativa se esmera
Cena tão esperada

Teu olhar sempre guardo
Se tua presença me falte

A cadeira agora ocupada
A porta fechada

Tua visão sem sentido
Meu chocolate derretido

A expectativa permanece
Noutra cena sei que cresce

Teu olhar eu aguardo
Tua presença sempre guardo.

NÃO NEGUE

Eu quero suas mãos
Acariciando minhas mãos,
Roçando meu peito,
Tateando meu rosto.

Eu quero seus olhos
Olhando nos meus olhos,
Analisando meus pelos,
Enxergando o oposto.

Eu quero sua boca
Beijando minha boca,
Viajando pelo meu corpo,
Pedindo que me entregue.

Eu quero seus braços
Entrelaçando meus braços,
Enlouquecendo-me de paixão,
E eu peço que não negue.

                        

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

MEDITAÇÃO


De repente me transformo
Numa frágil criança.
E inconsolável me derramo
Em mornas lágrimas,
Molhando seu ombro,
Acompanhado por sussurros
De arrependimentos tardios.

Mas seu afago carinhoso
Dar-me forças pra recomeçar;
Então medito, medito...
E tento encontrar,
Sobre teu confortável ombro,
O caminho mais curto
Para a eterna felicidade.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

MENOSPREZO


Olá cara, vem cá!
Senta aqui ao lado,
Você tem o direito
De ficar calado.

Olá cara, você não entende
A matemática, física...
Pois, por favor, “tapado”,
Você tem o direito
De ficar calado.

Olá cara, conte de um a três
E tente calcular a velocidade,
A distância já está clara.

Porém, você não conhece
Seno, co-seno, trígono,
Todos somos ou estamos trincados,
Torno a dizer que você
Tem o direito de ficar calado.

Cara, você não entende a biologia,
Você não faz parte da cienciocracia,
Então não podemos discutir
Sobre a sua uretropiose,
Ou sua possível esclerose,
E antes que eu fique irritado...
Senta aqui ao lado,
Mas, por favor, permaneça calado.

Entretanto, no fundo...
O teu silêncio tem muito
O que me ensinar.

NÃO SEI!



Amizade
Vem vai
Vai vem
Cumprimento
Sim não
Não sim
Acontecimentos
Vêm ferem
Não vêm
Vão ferem
Vêm sim
Palavras
Vêm vão
Vêm vãs
Sim não
Cumprimentos
Acontecem
Ferem
Amizade em vão
Vai fechar
Fecha-não-fecha
Desliga-não-desliga
Termina-não-termina
Tento terminar
Mas agora?
No auge?
Por quê?

– Incomoda!

HORAS DE SOLIDÃO


Mais um dia sem te ver,
E a noite chega tristonha
Aparentemente vista por mim.
Olhos melancólicos que se escondem
Atrás de pálpebras escuras.

Mais uma noite sem te ver,
E essa noite permanece sombria
Arrasando todo o meu ser,
E meu corpo, tão frio, é trêmulo,
Envolvido em gelados lençóis.

E a madrugada deita comigo,
Olho as quatro paredes sujas;
Desejo teu corpo mais perto,
E tuas mãos para enxugar
Meus olhos vermelhos, mas, sóbrios.

Uma nova manhã se aproxima.
Desejo fitar os teus olhos,
Sentir levemente tua boca,
Fechar os meus olhos à tristeza,
E com minha boca tatear teu corpo.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

C O N T I G O

Esqueci das tristezas,
Dos conflitos,
Da injustiça social,
Do preconceito em geral,
Da crise nacional,
Da nostalgia de alguns,
Dos contratempos,
De banais sentimentos...
Esqueci de tudo que é triste.
Esqueci do lamentável,
Pois eu estava contigo.

E mais, e mais...


Tudo caiu!
O muro
A dama
A bolsa
A temperatura
A casa
Os seios
A máscara
As folhas
A lágrima
A chuva
O avião
A luva
O fraco
O ditador
A toalha
A noite
O pudor
O dente
O falo
O teto
O véu
O meteorito
Os cabelos
A ponte
A bunda
O equilibrista
Os malabares
Os pelos
O bêbado
As torres
O raio
Tudo...
Tudo caiu...
Derrubaram tudo.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

É TEMPO

Quando chega à mente,
Uma lembrança irônica
Introduzida pelos risos súbitos
Provocados por piadas arcaicas,

Tudo se torna indecente,
Qual a ira supersônica
Da realeza aos súditos
Por suas ordens sádicas.

Quando chega à mente,
Uma conclusão precipitada,
Consequência de remotas cobranças
Feitas por pessoas antiquadas,

Tudo se transforma lentamente
Em arrependimentos, cilada...
Não sabes se estacionas ou avanças,
Contrariando essas pessoas quadradas.

De repente não és súdito, tens liberdade.
Agora és poderoso, és majestade.
Ignoraste as cobranças com habilidade;
Então percebamos que nunca é tarde.

QUERO FICAR CONTIGO

Meu coração é cercado por teus atos,
Meu cérebro cerca tua imagem,
Meus olhos se afogam com tua ausência,
Minhas mãos desejam tua volta,
Minha boca implora tua boca.

A saudade machuca meu coração,
Tua ausência parece derreter meu cérebro,
E a ânsia de te ver deixa meus olhos inquietos;
Com uma das mãos fecho minha boca...
Então me dar vontade de gritar.

Mas não adianta gritar teu nome,
Os quilômetros que nos separam
Eliminam a capacidade de audição...
Então um murmúrio é o suficiente
Para que percebas que sinto tua falta.

Assim no teu feliz e breve retorno
Esse murmúrio penetrará teus tímpanos.
Murmurando teu nome e uma frase,
E percebendo que senti tua falta,
Espero que nunca mais me deixes sozinho.

sábado, 13 de novembro de 2010

REGRESSO


Hoje eu parti sem dizer adeus.
A Deus eu não digo nada!
Pois eu parti.
Alô ou olá ao pó.

VANGLÓRIA


Eu me tornei um observador vaidoso,

Ufano, assim eu sou por poder te observar.


Tendo o privilégio de poder enxergar,

Eu devo dar Graças a Deus. Eu te vejo!


Assim me orgulho de ter os teus braços

Macios, suaves, quentes, para me abraçar;

Otimista então, eu digo que te amo.

COMPETÊNCIA


Livre até certo ponto

O poeta pára, pensa e escreve

Livremente como disse Lennon:

You were trying to hide...


Mas, de que tentavas te esconder?

O enigma pode transparecer.

Uma liberdade repentina cresce,

Ronda tua mente, podes ver.

Agora a tua clareza transparece.


Livres pensamentos e atos

Enriquece tua personalidade,

Sem comparação à vil humanidade.

Sem preocupação com a frase de Lennon,

A importância é a tua idoneidade.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

NEGRAS MARCAS NA LOUCA SANIDADE

Hoje, sóbrio, eu te sinto pungente o meu âmago penetrar.

Ébrio, outrora, eram despercebidos teus passos lentos,

Lentos, mas, perfurantes, e tuas marcas vinhas deixar.

Inibidos, os meus passos circulavam o rastro teu;

Sem pistas, sem vestígios – um poeta em desalento,

Sem indício, sem sinal – perdido em verso breu...

Agora o alvo não é branco nesse claro esquecimento.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Boas Vindas


Teu vidro quebrou minha imaginação
Tua flor rasgou os meus traços
Minha imaginação gozou nos teus braços
E meus braços se fecham em tua mão

O meu ego desabou por fim
Tua fresta clareou meu breu
O meu sim contrariou o teu
E teus braços se fecham em mim.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Óvnis - Otários vermes nefastos identificados


Essas pessoas não dormem
Elas me perseguem

Ela dorme demais
As portas se abrem

Essas pessoas se apressam
Ela sempre se atrasa

Sem aliens, sem abdução
Droga! Cadê a explosão?

Esses indivíduos são insistentes
Todos os dias, toda manhã, persistentes

Despertam cedo, ou não adormecem
Os olhos – gravadores do inexistente

Essas pessoas permanecem
Ela não passa, não vem

Sem aliens, sem abdução
Droga! Cadê a explosão?

Esses transeuntes são constantes
Eles nos caçam sem trégua

Ela não veio, a nave não veio
Os olhos não fecham – ouvidos atentos

O bocejar – consequência, o meu, o deles
A espera – insistência, a minha

Sem aliens, sem abdução
Droga! Explodi!