Majal-San (post.)

Visualização de número:

Encontre / Find

" Viva a Poesia! "

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Redonda fatalidade



Aos olhos o presente,
À mente o amanhã.
Aos olhos o desprezo,
À mente, o destino mente.

         De quando em vez
         Aos pés a bola sente,
         Às mãos a esmola,
         Mente o destino à mente.

O seu mundo, essa bola,
Chutam constantemente.
Ele pensa que vive agora,
O destino, à mente mente.

         Giram promessas tantas!
         É um giro indecente,
         No seu mundo esquecido
         À mente, o destino mente.



O país do futebol e do carnaval













No estádio a multidão vibra,
Grita, xinga, esbraveja, irrita;
Uns correm, lutam, tentam,
Quase à morte a torcida se excita.

Não tão distante o necrotério,
Uma multidão grita e se irrita;
O legista lamentavelmente diz:
“Era uma garota muito bonita.”

Lembro... – era Fevereiro, farra,
Na avenida, frevo, folia;
As bandas ininterruptas tocavam,
Agitação, alegria, euforia.

Não esqueço... – era Fevereiro, fim,
Na calçada do necrotério, rebeldia;
As pessoas inquietas gritavam,
Lamentação, revolta, agonia.



                   
    www.escritoresalagoanos.com.br/majal

domingo, 13 de outubro de 2013

Concreto



Concreto duro...
no pé – topada.
na cabeça – pancada.
nos ombros – peso.

Na estrutura...
ausente – vulnerável.
presente – pseudo (um dia cairá).

Coração – concreto.
Amor! – Sentimento – substantivo...
Abstrato!



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Penso e não falo



Querendo escrever algo...
Não consigo imaginar.
Tento falar da humanidade,
Falar dos seus erros.
Relembrar hipócritas atitudes,
Seu péssimo entender.
Paro, penso e não falo.

Querendo escrever algo...
Não consigo me concentrar.
Lembro medíocres falsos testemunhos,
Absurdas propostas imprevisíveis.
Tento desviar de terríveis armadilhas,
Desejo falar dos caminhos que seguimos.
Paro, penso e não falo.

Longos caminhos.
Caminhos estreitos.

Espero os novos caminhos...
Os felizes, sem mistérios,
A inspiração, as palavras.
Paro, penso e adormeço.



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"Despertam e beijam"



Estou aqui de intruso que sou,
Ela não me desperta nas manhãs.
Estou aqui de teimoso que sou,
Ela não me beija mais ao adormecer.

Estou aqui de metido que sou,
Nesses instantes não caibo mais.
Estou aqui, pois, “desorientado” eu sou...
Esses rabiscos não mais provocam dúvidas.

O que me desperta hoje é a sirene – são sirenes.
O que me beija hoje é o açoite – são acoites.
Só caibo nas más línguas!
E dúvidas alheias rabiscam o meu eu.

Desperte para o beijo de despedida
de um metido “ex-poeta” desorientado.
Desperta para os açoites barulhentos
de um rabiscado “ex-poeta” de língua duvidosa.