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" Viva a Poesia! "

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ENIGMA

Anoitece...
No centro de alguma cidade,
Numa rua deserta surge um vulto,
Dois vultos, três vultos,
E esses vultos vêm em passos lentos.
Quando eles se aproximam
Observo que esses vultos
Trazem outros vultos,
Eles reviram as latas de lixo.
São aqueles que a sociedade
Despreza, marginaliza.
São os mendigos – maltrapilhos.
Trazem consigo o desespero,
A fome, a desilusão,
O hálito da morte.
Eles se abrigam nas marquises
Das mansões dos magnatas,
Aqueles que os repudiam.
Vejo a noite passar,
E com ela o vento frio.
E eu com esperança de te ver
Aparecer no início da rua...
O céu começa a clarear,
O dia começa a nascer.
Levanto da calçada e tropeço
Numa garrafa de uísque,
Eu estava bebendo – estou bêbado.
Antes de abrir uma porta vejo um carro.
Outra vez penso em ti...
Vejo o carro do serviço público
Recolhendo os corpos dos vultos
Que eu vi na noite anterior,
Então me aproximo,
Abro a porta e ali eu te vejo...
De repente acordei.

                   

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