Aquelas mãos machucam meus olhos
Aqueles pés resfriam minha mente
Aquele silêncio ao catar me machuca
Meus olhos não agüentam a visão
A cena à minha frente fere
Resmungam, não entendo, resmungam
Meus olhos vêem e minhas mãos separam
A semente do limão
A casca do suco
A casca do ovo
Meus olhos vêem e meu paladar sente
O ácido do limão
O sal no ovo
O álcool da aguardente
Resmungam, não entendo, resmungam
Aquelas mãos misturam tudo
Aqueles pés pisam tudo
Aquele silêncio ao catar me silencia
Seus olhos não agüentam a visão – lacrimejam
A cena à sua frente fere – é forte
Calam, agora entendo, calam
Seus olhos vêem e as mãos não separam
A semente do limão, do micróbio
A casca do suco, do micróbio
A casca do ovo, do micróbio
Do óbvio, do ópio...
Seus olhos vêem e seu paladar não sente
O ácido, o limão,
O sal, o ovo,
O álcool, o limão,
O nada, o tudo, o sujo
Resmungam, calam, resmungam.
Majal-San (post.)
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" Viva a Poesia! "
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