Já se vai o dia...
Líquido amarelado
com gosto de biscoito.
Já se vem o amanhã...
Líquido gelado
lembrando a cevada.
Já se vai o dia...
Agora sou um líquido
sem gosto, sem desgosto.
Já se vem o amanhã...
Agora sou o líquido.
Não estou aqui, escorri.
Já se tem o passado...
Já se tinha, sempre teve,
houve, ouve-se, vive e versa.
Já se foi o presente...
Presente que se tinha.
Presente que será passado.
Já se tem a inspiração
que se tinha, sempre houve.
Ela terá, não sei se sempre.
Já se foi o espaço
que um dia houve, ouvi.
Ouvirei, não sei se sempre.
Já se via a tarde...
outras viriam, vario.
Outras virão, verão.
Já se quis a noite...
umas findaram-se, interrompidas.
Umas interroperam-se, fingiram.
Já se servia outra tarde...
Biscoito sem gosto de cerveja.
Líquido amarelado, mas quente.
Já se servia outra noite...
Noite sem passado – a única
Noite sem presente – eunuca.
Já se área não há mais,
Já se foi o espaço,
Já se foi pro espaço.
Já se área não houver mais,
tentarei outra tarde,
esperarei outra noite.
Já se área não haverá mais,
esperarei outro presente
e presente o líquido tomarei.
Que lindo Milton,muito obrigado pelo Poema adorei,valeu pelo carinho...estou sem palavras para falar do poema...
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