Majal-San (post.)

Visualização de número:

Encontre / Find

" Viva a Poesia! "

quarta-feira, 24 de março de 2010

PALAVRAS




I
Esvoaçante matriz
Que há muito não produz,
Ontem quando eu te quis
Estavas longe da luz.

Delirantes abrigos
Que há muito não guarda,
Ontem eu quis os amigos,
Irônica disseste: Aguarda!

Agonizante verdade
Que há muito não aparece,
Hoje quando te invade
De repente me enlouquece.

Insistente mentira
Que há muito nos persegue,
Enquanto esse globo gira
Fingimento é o que segue.

II
Adjetivos sinônimos
Que já se esgotaram
Para te qualificar...
Os meus versos calaram!

Léxico indigente
Que já se evaporou
Para vir enunciar...
Aquele poço secou!

Palavra sem sentido
Que já foi dispensada
Do meu texto vulgar...
Interpretação tão quadrada!

Linguagem indiferente
Que já foi condenada
Pelo teu observar...
Interpretação tão quadrada!


III
A matriz foi quebrada,
Nada mais produz,
Chegaste injuriada
E apagaste a tal luz.

Os abrigos foram quebrados,
Nada mais se guarda.
E os amigos renegados
Em outras noites pardas.

A verdade foi esquecida,
Nada mais incomoda.
As rimas distorcidas,
Loucos estamos na roda.

A mentira permanece
E o globo ainda gira.
O fingimento não me esquece
E a esperança se retira.

IV
Reabastecendo-se de adjetivos
“Sinonimizam” outras palavras.
Nos meus olhos perseguidos
Agonizo quando entravas.

Enunciam sentimentos
Na evaporação de nossas vidas.
No fundo poço pensamentos
Numa língua esquecida.

A palavra esquecida,
Que outrora dispensada,
Faz falta a atrevida
Na minha estância mal rimada.

A linguagem indiferente,
Que outrora condenada,
Faz falta a indigente
Na interpretação tão quadrada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário