Quando tentei transpor as barreiras derrubei-as e também caí. As barreiras eram os olhos e a visão daquela gente preocupada.
─ Ah! Isso não pode.
─ Ei! Isso está errado. É fora da lei. É antiético.
Quando tentei me levantar as exigências da sociedade me derrubaram novamente.
─ Estás errado. Isso é imperdoável.
─ Serás condenado.
O falso moralismo, a hipocrisia e a vigilância medonha, tacanha, insistente me perseguiram sempre, sempre querendo me dar a rasteira. Inúmeras vezes me esquivei. Inúmeras vezes escapei da queda. Armadilhas puseram para capturar a minha efêmera felicidade. Em armadilhas eu caí por minha ingenuidade juvenil. Várias vezes. Repetitivos atos infantis.
─ Cara, tu és teimoso!
─ Não estás vendo que isso é errado?
O instinto e o coração ladeados. A emoção e os atos tolos lado a lado. A razão ignorada – ela faz doer. Assim eu encontrava mais barreiras a serem transpostas, a serem derrubadas, e eu sempre caindo junto. Mais olhares, outras observações e observações. Outras pessoas alheias ao caso se preocupando com os meus atos. Preocupação danosa. Não era o meu bem que eles desejam ver. A preocupação insistente era para explicitar que eu me encontrava errado, que eu era um fora-da-lei, que aquilo estava errado e era antiético. Eles queriam provar que aquilo era imperdoável, que eu estava errado, que eu seria condenado. E novamente olhares e vozes batiam em mim insistentes dizendo que eu estava errado, errado, e errado de novo.
─ Bicho, tu vais te dar mal.
─ Não és mais nenhuma criança!
O meu instinto seguiu o meu coração. Os meus atos se fizeram dos meus instintos. Esses atos da emoção. E a razão desquitada de mim. Daí, eu vi. Eu vi e furei os meus olhos para não mais enxergar. Não enxergava eu. Eu não enxergava. Porém, eu via, eu via, o erro, o errado, os plurais, o singular, os erros, os errados. Eu, só eu! Eu cego, sem olhos inteiros – furados. Eu sinto, sem olhos, minha emoção. Sem olhos, eu sinto aqueles com olhos inteiros. Eles, totalmente certos, possíveis, éticos, poderosos, morais, perdoáveis, imunes... “Senhores da Razão”.
E eu na minha emoção...
...errado.
Parabéns, excelente prosa! O final é excepcional, uma abertura das memórias esquecidas... falso moralismo..rsrsrsrrs amei Majal-san...
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