Quando chegaste
eu estava sorrindo
no carnaval da tua mente,
em pleno dezembro.
Quando partiste
eu fiquei chorando
nas cinzas dos teus olhos,
esses olhos tão negros.
Quando sorriste
minha sala estava limpa
nas teias dos teus pensamentos.
Quando chorei
teu quarto estava alagado
na sequidão da minha língua.
Quando gritaste
eu fui o menino
agarrado em tuas vestes
cobrando a presença.
Quando calei
tu foste a senhora atrevida
com um golpe fatal
cobrando a palavra.
Quando sorri
tu foste a madrasta má
relembrando a ausência.
Quando voltares
serei o alvo perfurado,
e o espaço, e a seta,
e a seta crava.
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