Escrever
para Ela, sobre Ela (a Poesia) é um prazer inenarrável. Escrever, para ele,
hoje é ofício prazeroso. Ela sempre se esconde lá no cantinho, mas não consegue
impedir a visão dele. Ela sempre se afasta, senta-se distante dos olhos do poeta,
mas não consegue impedir o olhar dele, que sempre a procura, sempre a busca, à
busca sempre. Escrever sobre Ela e para Ela é uma incumbência satisfatória.
Escrever sobre Ela, para ela, não parece mais excitante, parece supérfluo. É
como se para ela, escrever, para ele fosse uma obrigação. Para ele, ela se
encontra num desencontro. Ela vive num ser bruto. Ela renasce no inesperado
(mas ele espera).
A
Poesia cutuca sua imaginação, ele viaja. “Não catuque a ferida!” Não insista.
Ela pensa, não viaja. A imaginação é a ferida, ele não quer que sare. Não quer
a cura. Ela já o penetrou, alastrou, infestou seu velho peito. Ela é a viagem.
Quando no sonho perambula em sua mente, sua visão, Ela, só Ela decide o início
e o fim. O fim que geralmente vem de súbito, duro, amargo – indesejável.
Escrever,
para ele, é o antídoto e o ópio. Para ela, o veneno.
Legal demais...meu amigo!!
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