Majal-San (post.)

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" Viva a Poesia! "

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Volto já

    



Mais uma vez viajo nos teus olhos...

Eu disse isso há uma semana.


Outra vez estaciono meu olhar nos teus lábios...

Eu pensei nisso há um mês.


Novamente flutuo em minha imaginação...

Tentei evitar isso ontem.


Mais uma vez aprecio o teu sorriso...

Tento evitar isso agora.


Outra vez me certifico da necessidade da tua presença...

Tento evitar isso agora!


- Sairei de mansinho.



                   


quarta-feira, 29 de julho de 2020

Farpa

         

Um arpão, encarnado em brasa,
penetra esse peito encardido.
Interminável perfuração abrasa;
sai e entra, sai e entra – decidido.

Esse arpão retorce meu interior,
retorce insistente nessa manhã;
gélida manhã intensifica a dor,
chega e vai, chega e vai – triste divã.

                    
                     









domingo, 31 de maio de 2020

Desgoverno

Colocaram um louco na direção,
O hospício está mais insano.
Puseram um maluco no volante,
Provocou grave acidente o tirano.

Deram a um delinquente a batuta,
A orquestra está totalmente perdida.
Encaixaram um pústula na pústula,
O germe se alastrou pela ferida.

Um louco sem direção.
Um maluco desgovernado.
Um delinquente sem reação.
O ódio já alastrado.

                   
                   


quinta-feira, 30 de abril de 2020

Lástima


Como adiantasse alguma coisa
– a lágrima
Como se fosse o alívio 
– o pranto
Como redimisse o erro
– o choro
Como retratasse o engano
– a queixa 
Como revogasse o equívoco 
– o lamento. 

                    
                    

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Acalma



Por que insiste tanto em me penetrar
     a mente,
     o peito,
     a alma?
Por que insiste tanto em me furtar
     o consciente,
     o preceito,
     a calma?

                    

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Fora da metáfora


Pra que uma face “tão maquiada"
se o interior tão cinza?
Pra que uma fachada “tão bela"
se o interior em ruínas?
Pra que uma fronte “tão amável"
se o interior tão ranzinza?
Pra que a reação “sossegada"
se o interior tão traquina?

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Atraso "imediato"


       

Quando a colisão acontece
ele já está esmagado.
Quando o pesadelo insiste
ele está sonolento.
Quando a enchente invade
ele já está afogado.

Quando o deslizamento vem
ele já está soterrado.
Quando a seca castiga
ele está sedento.
Quando o raio cai
ele já está eletrocutado.

Quando o castigo chega
ele já está condenado.
Quando a consequência incomoda
ele é o lamento.
Quando o extermínio vem
ele já está desolado.

Quando a injustiça aparece
ele já é o culpado.
Quando a corrosão surge
ele está em detrimento.
Quando o carrasco enternece
ele já está sentenciado.

                    (Majal-San)
                    16 04 2020

domingo, 22 de março de 2020

Vadia Poesia arredia na rua vazia



A cidade quase deserta,
A mente quase vazia...
No canto sombrio do muro,
Na areia, o felino enterraria
Algo com similar odor do futuro.
Apenas o bichano, eu e a Poesia...

                 

domingo, 8 de março de 2020

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Alheios atos

       

Esses olhos que espionam
são as setas que persistem.
Esses dedos que apontam,
(cruéis punhais que insistem)
são os mesmos que afrontam
defensores que não resistem.

                         (Majal-San)